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Câmbio

Dólar cai com especulação eleitoral, mas tem 4ª alta semanal

O dólar fechou em queda ante o real nesta sexta-feira (26) por especulação eleitoral, mas acumulou alta pela quarta semana consecutiva devido a preocupações crescentes dos investidores com a política monetária dos Estados Unidos. A moeda norte-americana recuou 0,57%, a R$ 2,4160 na venda, após atingir R$ 2,4442 na máxima da sessão, maior patamar intradiário desde 29 de janeiro. Na semana, o dólar acumulou alta de 1,82%.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em cerca de 2 bilhões dólares nesta sessão. "Parece cada vez mais que, de fato, o dólar mudou de patamar. Você vê que mesmo o alívio desta sessão não foi suficiente para colocar o câmbio abaixo dos R$ 2,40", afirmou o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.

O dólar tem subido ante o real à medida que pesquisas de intenção de voto mostram a presidente Dilma Rousseff (PT) ganhando terreno contra a ex-senadora Marina Silva (PSB). Investidores criticam a condução da política econômica do atual governo e preferem a vitória de Marina. A pesquisa do Datafolha, que é acompanhada atentamente por investidores, será divulgada após o fechamento dos mercados nesta sexta-feira.

A queda do dólar na segunda metade do pregão foi turbinada, segundo operadores, pelo rumor de que uma revista semanal traria reportagem desfavorável à reeleição de Dilma. Até agora, no entanto, notícias sobre um escândalo envolvendo a Petrobras não parecem ter tido grande impacto sobre as intenções de voto para a presidente. "Agora que estamos chegando ao primeiro turno (das eleições presidenciais), qualquer boato eleitoral acaba mexendo com o mercado", afirmou o chefe da tesouraria de uma gestora de recursos internacional.

Pela manhã, o dólar alternou movimentos de altas e baixas. A divisa foi impulsionada por apostas de que os juros norte-americanos subam com mais intensidade do que se espera, o que poderia atrair para a maior economia do mundo recursos atualmente aplicados em outros países.

Essas apostas aumentaram após o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no segundo trimestre ser revisado a 4,6%, ante os 4,2% anteriormente divulgados. Esse movimento perdeu força, segundo operadores, porque exportadores aproveitaram a cotação elevada para vender dólares.

A recente valorização da divisa dos EUA é um teste de tolerância para o Banco Central, que pode ampliar ainda mais suas intervenções no câmbio. Na véspera, uma importante fonte da equipe econômica afirmou à Reuters que o BC deve fazer a rolagem integral dos swaps cambiais que vencem em novembro, assim como decidiu recentemente fazer com o lote de outubro.

Pela manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de swaps, que correspondem a venda futura de dólares, pelas rações diárias. Foram vendidos 2,5 mil contratos para 1º de junho e 1,5 mil para 1º de setembro de 2015, com volume equivalente a 197,9 milhões de dólares. O BC também vendeu a oferta total de até 15 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em outubro. Ao todo, já rolou cerca de 86 por cento do lote total, que corresponde a 6,677 bilhões de dólares.

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