Rio de Janeiro A indústria extrativa (basicamente de minério de ferro e de petróleo) impulsionou o crescimento da produção industrial nas regiões que registraram os melhores resultados no país em 2006, segundo revelou ontem o IBGE. De 14 locais pesquisados, 11 aumentaram a produção no ano passado. São Paulo, que responde por 40% da produção nacional, registrou no ano expansão de 3,2%, acima da média do país (2,8%).
Os locais que têm estrutura industrial pouco diversificada e apoiada em commodities foram os que apresentaram os melhores resultados de produção em 2006, segundo destacou André Macedo, da coordenação de indústria do IBGE.
Segundo ele, as regiões que registraram expansões acima da média nacional da indústria têm forte presença de setores tipicamente exportadores ou produtores de commodities, são fabricantes de automóveis e eletrodomésticos ou têm força industrial na produção de bens de capital, como computadores e equipamentos elétricos.
As regiões que cresceram acima da média nacional no ano passado foram o Pará (14,2%), Ceará (8,2%), Espírito Santo (7 6%), Pernambuco (4,8%), Minas Gerais (4,5%), Região Nordeste (3,3%), Bahia (3,2%) e São Paulo (3,2%).
Assim como ocorreu na média nacional, a indústria paulista apresentou em 2006 o menor crescimento em três anos, após uma expansão de 3,7% em 2005 e de 11,8% em 2004. No ano passado, a produção no estado foi impulsionada especialmente pela fabricação de computadores. O segmento de máquinas para escritório e equipamentos de informática registrou crescimento de 48,5%, seguido por máquinas e equipamentos (5,5%) e alimentos (4,3%).
Para Macedo, São Paulo foi uma "síntese" da indústria brasileira nos desempenhos anual e de dezembro do ano passado. Outras regiões que costumam ser ofuscadas nos dados nacionais da indústria tiveram grande destaque em 2006. A indústria extrativa impulsionou os crescimentos de produção do Pará (minério) e do Espírito Santo (petróleo). Os dois estados estão no topo de todas as comparações de desempenho em dezembro ante o ano anterior e no acumulado de 2006. No ano passado o Pará bateu recorde histórico de aumento de produção: 14,2%. O Espírito Santo registrou desempenho de 7,6%, bem acima da média nacional (2,8%).
Na outra ponta, a perda de dinamismo nas exportações de celulares fizeram com que o Amazonas, região destaque no desempenho regional da indústria em 2004 e 2005, registrasse queda de 2,2% na produção em 2006, com o pior desempenho entre os locais pesquisados.
Macedo explica que o resultado neste local foi influenciado também por uma base de comparação elevadíssima de 2005, quando a expansão na produção amazonense chegou a 11,8%, em cima de um aumento de 13,0% apurado em 2004.
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