A inadimplência das empresas brasileiras subiu 23,6% em maio ante o mesmo mês do ano passado, segundo dados da empresa de análise de crédito Serasa Experian. Es­­ta foi a maior alta registrada na va­­riação anual desde julho de 2009, ano da crise econômica mundial. Na variação mensal, a inadimplência das empresas registrou elevação de 16,2% em maio ante abril. No acumulado de janeiro a maio deste ano, o crescimento foi de 7,1% na comparação com igual período de 2010.

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Juro e calote

Segundo o assesor econômico da Serasa Carlos Henrique de Almeida, os juros elevados como política monetária para controlar a inflação vêm encarecendo o custo do capital para as empresas, que também estão sendo afetadas pelo aumento da inadimplência do consumidor. "Esses fatores, com a perspectiva de mais dois aumentos na taxa de juros, devem continuar pressionando as empresas nos próximos meses, e a tendência é de que mais empresários adiem seus investimentos por conta do custo do capital tão alto", diz Almeida.

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Dentro do dado geral da inadimplência, a modalidade que apresentou maior variação em maio foram os protestos, que subiram 26,3% ante abril, respondendo por 39,3% do índice mais am­­plo. Em seguida aparecem os cheques sem fundo, com alta de 11,2% (contribuindo com 34,3% do indicador geral); e, por fim, estão os bancos, com expansão de 7,8% (peso de 26,3%).

De janeiro a maio, as dívidas com bancos tiveram um valor mé­­dio de R$ 5.049,81, o que representa um aumento de 5,8% ante o mes­­mo período de 2010. Os títulos protestados tiveram um valor médio de R$ 1.723,59 (alta de 7,0%) e os cheques sem fundo apresentaram valor médio de R$ 2.058,15 (+2,7%).

Mais vulneráveis

Na comparação com maio de 2010, a inadimplência das micro e pequenas cresceu 23,8%; a das médias empresas, 27,1%; e a das grandes, 15,2%. "A vulnerabilidade das micro e pequenas empresas é muito parecida com a do consumidor. Assim como os cidadãos que recorreram ao cheque especial e ao cartão de crédito ao terem o crédito consignado e outras opções mais baratas restringidas, as empresas também apelaram para linhas semelhantes e se endividaram", diz Almeida. O conselho do economista aos empresários é diminuir os estoques e não tomar crédito para pagar as dívidas existentes, e sim buscar renegociar os débitos com os credores.

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