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Mercado imobiliário

Indicadores mostram que euforia está no fim

Edifício em construção em Curitiba: indicadores de preço e vendas dão mostras de que a euforia no segmento está acabando | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Edifício em construção em Curitiba: indicadores de preço e vendas dão mostras de que a euforia no segmento está acabando (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)

Após forte crescimento nos últimos anos, o setor imobiliário começa a dar os primeiros sinais de desaquecimento, influenciado pelos preços altos e pela desaceleração da demanda. O mercado deve bater mais um recorde em 2011, mas o valor dos imóveis já está subindo em um ritmo mais lento, e é cada vez mais difícil encontrar empreendimentos que são vendidos 100% na ocasião do lançamento, como ocorria no ano passado.

A grande oferta de lançamentos está fazendo com que o cliente pesquise e demore mais para fechar o negócio. "Vender 100% das unidades de um empreendimento novo em 90 dias não ocorre mais, como no ano passado. O mercado começa a entrar em um período de acomodação", diz Normando Baú, presidente do Sinduscon-PR.

Os preços continuam a subir, mas em ritmo menos intenso do que o verificado no ano passado. O valor do metro quadrado em Curitiba, que chegou a valorizar 25% em 2010, hoje avança a taxas de 17%.

O volume de financiamentos com recursos da poupança, que cresceu 70% no ano passado no estado, ainda é forte, mas também começa a perder fôlego. Nos primeiros cinco meses do ano, o avanço caiu para 53%, para R$1,65 bilhão.

As construtoras já dão indicações de que pretendem colocar o pé no freio dos lançamentos nos próximos meses. O volume de unidades liberadas para construção futura entre empreendimentos verticais e horizontais (14.395 unidades) em Curitiba caiu 4% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado, depois de avançar 20% em 2010, e atingir 33 mil unidades.

O movimento é puxado pelas grandes empresas do setor, com atuação nacional. A Cyrela e a MRV informaram que o ritmo de venda no segundo trimestre teve queda em relação ao mesmo período do ano passado. A PDG Realty anunciou que prevê que a velocidade de venda menor na segunda metade do ano e a Brookfield, por sua vez, revisou para baixo sua projeção de crescimento para 2011.

A previsão inicial das construtoras era quase dobrar o volume de apartamentos lançados em Curitiba em 2011 em relação ao ano passado, quando alcançou 10 mil unidades, mas Normando Baú diz que considera difícil atingir esse desempenho. "Tivemos um primeiro semestre muito forte, mas no ano acredito que o crescimento fique em 50%, mas será recorde", afirma. Para ele, as boas condições de renda, emprego e crédito, que impulsionaram o boom do setor, se mantêm, mesmo com a crise internacional.

Segundo o Sinduscon, na média, a velocidade de venda em Curitiba está estável, mas o comportamento é desigual conforme o padrão do empreendimento. "Nos apartamentos de alto padrão, por exemplo, as vendas estão mais lentas, diz Baú.

A grande dúvida das empresas do setor é saber quando a demanda vai começar a saturar. "Nos últimos anos, o setor atendeu também a demanda reprimida. Curitiba ficou muitos anos lançando uma quantidade de imóveis menor do que a procura. Agora o setor está chegando a uma fase de maturidade, que começa no segundo semestre desse ano e deve ir até provavelmente o fim de 2013", prevê Fábio Tadeu Araujo, economista da Brain, consultoria, especializada em mercado imobiliário. Nesse novo cenário, a tendência é que as empresas passem a fazer lançamentos de menor porte e o mercado registre velocidade de venda menor, principalmente em produtos mais saturados e bairros mais concentrados de empreendimentos novos.

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