A valorização do dólar em setembro ainda não teve impacto no IPCA, segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE. "O dólar no último mês aumentou de forma bastante forte, mas esse impacto ainda não é visível nos resultados de setembro. Podemos até pensar que nos resultados das passagens aéreas haja algum efeito do dólar, mas os outros efeitos de demanda são muito mais fortes", afirmou.
A coordenadora do IBGE diz que o efeito do aumento do dólar é sentido mais de imediato no preço dos alimentos. "O tempo para o impacto não sabemos, porque, em geral, não é no mesmo mês [em que ocorre a valorização], porque há estoques e contratos firmados a preços antigos", contou.
Repasse de custos
"Embora possa haver reflexos já ocorrendo no atacado, até chegar ao varejo existe uma diferença, não só em termos de tempo como também se vai chegar ou não, e com aquela intensidade. Porque muitas vezes o comerciante se apropria de um possível aumento de custo que possa estar havendo para ele. Vai depender da demanda e de como ele vai conseguir botar o produto a um novo preço, dada a sua receita, o seu faturamento", argumentou Eulina.