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A avaliação de especialistas sobre a economia latino-americana ficou mais pessimista. É o que mostrou hoje o Índice de Clima Econômico (ICE) da América Latina, que recuou de 5,8 pontos em janeiro para 5,6 pontos em maio, informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O cenário de maio reflete a situação com dados apurados até abril.

A Sondagem Econômica da América Latina é feita pela FGV em parceria com o Institute for Economic Research at the University of Munich (Instituto IFO). O indicador permaneceu estável por dois trimestres consecutivos, mas foi derrubado por uma piora nas expectativas dos analistas quanto aos rumos futuros da economia na região. A sondagem é trimestral e suas respostas são usadas para cálculo do ICE, que vai até nove pontos.

Entre os dois componentes do ICE, o Índice da Situação Atual

(ISA) permaneceu em 5,9 pontos no período, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou de 5,7 para 5,3 pontos de janeiro para abril.

Dos 11 países pesquisados para cálculo do indicador, apenas três registraram aumento no ICE de janeiro para abril. É o caso de Argentina, Colômbia e México. Oito países apresentaram queda no clima econômico no mesmo período. É o caso de Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Para cálculo do indicador, as instituições consultaram 147 especialistas em 18 países.

Inflação

O temor do avanço da inflação derrubou as expectativas dos analistas quanto aos rumos futuros da economia latino-americana. Segundo as instituições, no mundo, a previsão para a inflação de 2011 aumentou de 3,4% para 3,8% entre a sondagem de janeiro e abril. Na América Latina, a projeção ficou estável em 7,9% - embora sejam esperadas acelerações no cenário inflacionário para o Uruguai, o Paraguai, a Bolívia, o Brasil, o Chile, o Peru e o Equador.

No entanto, na análise do Instituto IFO e da FGV, predominam incertezas quanto ao rumo das respostas das políticas econômicas num cenário de aceleração da taxa de inflação. As instituições lembram que a região latino-americana conta com um passado recente de crise e desemprego - sendo que nem todos os países recuperaram os índices de emprego de 2007, antes da eclosão da crise global.

Na prática, para as duas entidades, a piora nas expectativas refletiria principalmente um cenário de incerteza para a economia latino-americana nos próximos meses, por conta da ameaça da inflação.

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