O valor do aluguel residencial pode cair para quem tem contrato com reajuste neste mês. O Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M), usado para calcular o reajuste da maioria desses contratos, teve em julho sua quinta deflação consecutiva, de 0,43%. Com isso, a taxa acumulada em 12 meses ficou em -0,67%, na primeira deflação desde maio de 2006.
Em junho, o indicador havia registrado deflação de 0,10%. No ano, o IGP-M acumula deflação de 1,67%, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (30).
O aprofundamento da deflação na comparação com o mês anterior veio na esteira da queda maior de preços no atacado. O índice que mede essa variação de preços mostrou recuo de 0,85% em julho, frente a uma deflação de 0,45% no mês anterior.
No corte por origem, os produtos agropecuários foram os responsáveis pela queda de preços, tendo ficado em média 1,89% mais baratos no período, após uma alta de 1,00% em junho. Já a taxa dos produtos industriais ficou maior, passando de -0,92% para -0,45%.
Consumidor e construção
Para o consumidor, no entanto, os preços subiram mais em julho do que em junho. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) passou de 0,17% para 0,34% nessa comparação, acumulando alta de 4,70% em 12 meses e de 3,12% no ano.
A principal contribuição para a alta mensal veio do grupo alimentação, cuja taxa passou de -0,16% para 0,44%. Destaque para a variação registrada pelas taxas de frutas (de -6,15% para 0,66%) e arroz e feijão (de -3,07% para 0,34%).
Também aceleraram na passagem de junho para julho as taxas dos grupos habitação (de 0,33% para 0,46%) e transportes (de -0,11% para 0,03%). Em contrapartida, tiveram decréscimos em suas taxas de variação os grupos despesas diversas (de 1,34% para 0,15%), educação, leitura e recreação (de 0,08% para 0,03%), vestuário (de 0,53% para 0,46%) e saúde e cuidados pessoais (de 0,35% para 0,34%).
No mesmo sentido do atacado, os preços da construção também contribuíram para a redução na taxa do IGP-M. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, em julho, variação de 0,37%, abaixo do resultado do mês anterior, de 1,53%.