A indústria começa a dar os primeiros sinais de reação. Um estudo elaborado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) aponta que o pior da crise parece ter ficado trás para uma fatia significativa do setor.
O levantamento mostra que todos os setores continuam com retração na atividade, mas o que determina o cenário mais positivo é a queda mais tênue. No trimestre encerrado em junho, por exemplo, a indústria de alta tecnologia, que inclui farmacêutica e aeronáutica, caiu 5,9%. No início do ano, a retração chegava a quase 20%.
“O nosso desempenho tem duas explicações. A primeira é que saúde é uma necessidade que todo mundo coloca como prioridade. A segunda explicação é que não há para quem transferir a necessidade de comprar um medicamento. No Brasil, 79% dos medicamentos são comprados pela própria pessoa”, diz Antônio Britto, presidente da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa.
A mesma lógica vale para o setor de média alta tecnologia, que engloba veículos e máquinas e equipamentos. Em junho, a queda registrada foi de 7,9%. Na virada do ano, o tamanho do tombo superava 20%. “Esses setores foram afetados pela queda na confiança de empresários e consumidores”, afirma Rafael Cagnin, economista do Iedi.
Por fim, a indústria de baixa tecnologia, conhecida por calçados, têxtil e alimentos, é a que está mais próxima do fim da recessão. No trimestre encerrado em junho, o recuo foi de apenas 0,3%. O setor tem sido beneficiado pela melhora das exportações, o que compensa o mau momento do mercado interno.
Juntos, esses três grandes setores equivalem a 62,1% da indústria brasileira.
De fora
O setor de média baixa intensidade – que inclui produtos de borracha, metálicos, não metálicos, entre outros – tem sido a exceção no processo de recuperação da indústria brasileira. O patamar da queda continua similar ao verificado no período mais intenso da crise. No trimestre encerrado em junho, o recuo foi de 10,4% ante o mesmo período do ano passado. “A indústria de média baixa segue andando de lado”, afirma Rafael Cagnin, economista do Iedi.
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