O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), Marcos Jank, defendeu na Câmara Federal a criação de marco regulatório e de política tributária mais favorávelpara reduzir as incertezas quanto participação do etanol na futura matriz de combustíveis. Segundo ele, a ausência de políticas estáveis para o setor nas últimas décadas trouxe incertezas para os investidores, o mercado e o consumidor.
Jank reconhece que, a partir de 2003, o governo passou a tratar melhor a questão dos biocombustíveis, permitindo que a indústria automobilística priorizasse a fabricação de veículos movidos a álcool e gasolina, com o desenvolvimento dos carros flex que são hoje a maioria da produção nacional. É necessário, no entanto, segundo ele, que se criem políticas estáveis para as próximas décadas.
Para ele, o setor de etanol também tem função social, além da sua importância econômica e da contribuição para a saúde pública uma vez que produz um combustível com baixo potencial de emissão de gases. O presidente da Única falou no seminário "O Setor Sucroenergético e o Congresso Nacional: construindo uma agenda positiva", que está se realizando no auditório Nereu Ramos, da Câmara Federal.
A assessora especial da Casa Civil da Presidência da República, Tereza Campello concordou com Jank quanto necessidade de marco regulatório para a área de combustíveis alternativos. Ela disse que, dada a importância que esses produtos começam a assumir no mercado mundial, o Brasil tem de se preocupar em manter o protagonismo e a liderança nessa área.
Tereza Campello afirmou que o governo tem agenda para a modernização do parque produtivo de cana e de outros produtos necessários para a fabricação de biocombustíveis. Temos trabalhado com os empresários nesse sentido, para que o etanol seja produzido com relações de trabalho dignas, disse.
Outro destaque importante para o setor, abordado pela assessora, foi o recente estabelecimento de zoneamento ecológico para a cana, com planejamento ambiental e territorial diferenciado em relação a outras culturas, o que não acontece em outros pontos do mundo. Segundo ela, o Brasil tem que tratar a produção do etanol não como uma fronteira agrícola, mas como um produto da matriz dos combustiveis.
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