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Produção industrial

Indústria fraca oprime projeções para PIB no 4º trimestre

O tombo da produção industrial em novembro tornou mais sombrias as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no encerramento de 2008 e deve consolidar as apostas em um corte de 0,50 ponto percentual do juro básico este mês.

A indústria amargou queda de 5,2% na produção de novembro frente a outubro - a mais acentuada desde maio de 1995. Em relação ao mesmo período de 2007, a queda foi de 6,7%. Nos dois casos, o recuo foi mais forte que o esperado por analistas.

"E as primeiras sinalizações referentes a dezembro não são muito alentadoras", estima a consultoria LCA. Com base nos indicadores antecedentes já conhecidos, a estimativa preliminar da LCA é que, em dezembro, a produção industrial tenha caído 4% frente a 2007 e 1,7% sobre novembro.

Diante dos resultados fracos da indústria, a LCA cortou sua estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre - de crescimento de 4,3% para 3% na comparação anual e de estabilidade para contração de 1,0% no resultado dessazonalizado.

O economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, ainda não revisou sua projeção de queda de 1,0% do PIB no último trimestre de 2008, mas já considera que "talvez fique mais perto de queda de 1,5%". "Isso é resultado do crédito (escasso) nesse período de crise. Como vemos, o destaque negativo foi o setor automotivo."

Veículos em leve retomada

Em novembro, a produção de veículos despencou 34,2% sobre igual período de 2007, depois de ter sido um dos carros-chefes do crescimento até o início do segundo semestre. Mas em dezembro o setor deu alguns sinais de melhora, ainda que, por ora, os dados disponíveis sejam apenas de vendas.

De acordo com a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), as vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no país avançaram 11,54% frente a novembro após as medidas de desoneração do governo e maior oferta de crédito. Na comparação com igual período de 2007, houve queda de 16,4% - dado melhor que o recuo de 25% visto em outubro.

"Não dá para dizer que o pior já passou... A perspectiva para o início deste ano ainda é bem fraca, apesar de não podermos tomar novembro como base", avalia Neto, do Schahin. "Isso reforça a idéia de 0,50 ponto (de corte do juro básico) este mês. Se tiver surpresa, é mais queda e não menos queda."

Para a Rosenberg & Associados, a fraqueza da atividade deve colocar rapidamente a inflação de volta à meta, "o que deve levá-lo (o Banco Central) a reduzir os juros em sua próxima reunião, no final de janeiro".

Em sua última reunião, em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter o juro básico do país em 13,75%, mas chegou a discutir um corte de 0,25 ponto percentual.

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