Obras da montadora de caminhões Daf, do grupo Paccar, em Ponta Grossa: 300 empregos| Foto: Luciano Mendes

Novas fábricas puxam geração de empregos

Boa parte dos novos empregos que serão gerados nos próximos anos estará em empresas que estão fazendo os primeiros investimentos no país.

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Depois de uma queda de 4,8% na produção industrial em 2012 – a maior desde 1998 – a indústria do Paraná deve voltar, ainda que timidamente, a investir e retomar o ritmo de contratações. A previsão é que entre 2013 e 2015 sejam geradas 161 mil vagas industriais no estado, a maior parte a partir do próximo ano, segundo projeção da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Dessas, cerca de 50 mil devem ser abertas já em 2013, principalmente no segundo semestre. A estimativa leva em conta um crescimento da economia estimado em 3% para esse ano e de 3,5% a 4% nos próximos dois anos.

Se a previsão se confirmar, significará que a indústria contratará o equivalente a 20 fábricas da Renault – que emprega hoje 6,5 mil pessoas – nos próximos três anos. A indústria paranaense gera atualmente 823 mil empregos. Com a projeção da CNI, esse número poderá aumentar 19,5% em três anos.

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INFOGRÁFICO: Veja onde serão geradas as principais vagas na indústria no Paraná

Os setores de alimentos e bebidas, construção, veículos automotores, máquinas e equipamentos, móveis, madeira e papel e celulose devem puxar a geração de vagas, segundo a entidade. Os postos devem se concentrar em microregiões como Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa, Toledo e Apucarana, por exemplo.

A maior parte das vagas são de baixa qualificação, como alimentadores de linhas de produção, motoristas de veículos de cargas e ajudantes de obras civis, por exemplo. Na área técnica serão outros 23,3 mil, com destaque para técnicos de planejamento e controle de produção e técnicos em construção civil. A indústria deve gerar 13 mil vagas de nível superior, a maior parte de analistas de sistemas computacionais, engenheiros civis, de produção, qualidade e segurança.

Segundo Márcio Guerra Amorim, gerente-executivo da unidade de estudos e prospectiva da CNI, apesar de a maior parte dessas vagas estar na indústria, parte desse montante vai para outras atividades, como comércio e serviços. "Mas elas estarão na cadeia da indústria. São empregos industriais", diz. Em todo o Brasil, o volume de vagas geradas poderá chegar a 738 mil vagas no período, dessas 350 mil somente neste ano.

Recuperação

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Na avaliação da CNI, a indústria terá uma recuperação, ainda que lenta. Depois de amargar uma queda de 0,8% em 2012, a indústria brasileira deve crescer 2,6% em 2013. Os investimentos industriais serão puxados ainda, nos próximos anos, por setores beneficiados pelo consumo.

Embora relevante, o número de vagas industriais deve ficar abaixo da média dos últimos anos. Entre 2008 e 2012, o volume de vagas geradas por ano no Paraná foi de 70 mil, de acordo com a CNI. "As empresas passaram a produzir menos, mas em geral não dispensaram funcionários à espera da volta do crescimento. Com isso, a produtividade vem diminuindo".

Segundo ele, esse cenário não pode durar muito tempo, com o risco de a indústria nacional perder ainda mais espaço tanto no mercado tanto nacional quanto internacional.

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Confira que tipo de vagas a indústria paranaense deve criar nos próximos anos em www.gazetadopovo.com.br/economia

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Para Fiep, número está superestimado

A indústria do estado deve gerar mais vagas nos próximos anos, mas em um ritmo mais tímido que o projetado pela CNI, na avaliação da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). O saldo entre contratações e demissões do setor deve ficar próximo de 15 mil, podendo chegar, no máximo, a 20 mil em 2013, segundo Roberto Zurcher, analista do departamento econômico da Fiep.

Em 2012, o saldo de empregados da indústria desabou no Paraná ao passar de 21 mil para 12 mil, o mesmo patamar do início da crise econômica internacional, em 2009.

Para Zurcher, a indústria enfrenta dificuldade para contratar mão de obra qualificada, que está escassa e cara, ao mesmo tempo em que não vê perspectivas mais claras de melhora do cenário econômico que possa animar investimentos. "Mais que contratar, a indústria está evitando demitir, com receio dos altos custos dos encargos trabalhistas e de treinar novos funcionários. E, com o cenário de produção em queda, isso se transformou em perda de produtividade. A produção industrial no estado em 2012 caiu 4,8%. No primeiro trimestre deste ano, houve uma nova queda, de 4,6%, influenciada pela parada na fábrica da Renault por conta de obras de ampliação. "O pior momento foi o último trimestre de 2012, quando a retração chegou a 9%. As perdas devem ser zeradas até meados do ano", diz. Zurcher espera que essa recuperação faça com que a produção industrial cresça 3% em 2013.

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