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‘Infidelidade financeira’ ameaça harmonia do lar

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A falta de sinceridade entre casais pode gerar uma traição que se ambienta no bolso: a “infidelidade financeira”. O termo é usado por especialistas em finanças para se referir à ocultação de gastos, renda ou poupança, práticas consideradas danosas tanto às contas domésticas quanto à própria relação afetiva.

O hábito é comum entre casais brasileiros: cerca de 35% das pessoas não informam o cônjuge sobre todas as compras que realizam, revela uma pesquisa feita no começo do ano pelo SPC Brasil. As mulheres escondem principalmente despesas com roupas e calçados, enquanto os homens dissimulam gastos com automóveis e atividades de lazer, como idas a bares.

“A infidelidade financeira, além dos problemas financeiros que gera, pode ser precursora de outras formas de traição, porque cria uma fissura na confiança do casal”, diz o consultor e educador financeiro André Massaro. O efeito é perigoso justamente porque problemas com dinheiro são pivô de muitas brigas: 22% dos casais inadimplentes costumam se desentender por esse motivo, ante 16% de quem está com as contas em dia.

A falta de informação atinge também o valor da renda do companheiro: 35% dos entrevistados dizem não conhecer com exatidão o salário do cônjuge e quase 70% das famílias não têm costume de falar regularmente sobre contas. “A conversa sobre dinheiro deve ser habitual e não uma conversa estressante, em momentos de crise. A comunicação ameniza os momentos de dificuldade”, afirma o educador financeiro José Vignoli, do SPC Brasil.

Transparência

O caminho para viver em harmonia financeira é tratar as questões financeiras com abertura e naturalidade. “As pessoas erram porque costumam tratar dinheiro como um tema antirromântico. Se, na fase da paixão, você fala sobre esse tema, pode ser interpretado como materialista e mesquinho”, fala Massaro. Ele recomenda uma conversa mensal para debate exclusivo de contas, com vistas a identificar e corrigir eventuais excessos e descompassos.

O uso de conta conjunta é facultativo a cada casal, que deve avaliar se o modelo é adequado. As contas partilhadas têm como vantagem a redução de custos, pois reduzem taxas bancárias. Já a tutela individual garante a cada membro do casal liberdade para gastos particulares. “Para muita gente, é constrangedor e desgastante dar satisfação sobre gastos que o outro pode não entender”, pontua Massaro.

A divisão de despesas pode ser igualitária ou proporcional à renda, conforme perfil e decisão do casal. O importante é que ninguém fique sobrecarregado nem perca a autonomia financeira, que será importante em uma eventual separação.

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