Com a queda de preços da energia elétrica e das passagens aéreas (queda de 24,9% no mês), e sem a pressão dos alimentos e bebidas, a inflação oficial desacelerou em agosto. O IPCA foi de 0,22% no mês, desacelerando na comparação com os 0,62% apresentados em julho deste ano e com os 0,25% do mesmo mês do ano passado.
É a menor taxa de inflação deste ano e a menor taxa para meses de agosto desde 2010 (0,04%), segundo dados divulgados pelo IBGE na manhã desta quinta-feira (10).
Com o resultado um pouco melhor do que em agosto de 2014, o índice de 12 meses desacelerou, ainda que modestamente, pela primeira vez em 2015: de 9,56% em julho para 9,53% em agosto.
O IPCA continua, porém, bem acima do centro da meta de inflação do governo, que é de 4,5% ao ano com margem de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou menos. De janeiro a agosto, a inflação acumula 7,06%, segundo o IBGE. É a taxa mais elevada para o período desde 2003 (7,22%). Os preços administrados foram os principais responsáveis por isso, sobretudo energia elétrica.
A expectativa de que a inflação vai começar a ceder este ano levou o Banco Central (BC) a interromper a sequência de sete altas e manter a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano no início deste mês. A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo Banco Central para manter a inflação sob controle ou para estimular a economia.
Nesta quarta-feira (9), porém, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou o rating (nota de avaliação de risco) do Brasil de BBB- para BB+, retirando o selo de bom pagador do país. Os analistas avaliam nesta quinta-feira as consequência disso para o câmbio e, consequentemente, para a inflação. O repasse do câmbio para preços de produtos e serviços não é imediato.