A inflação brasileira chegou aos dois dígitos em novembro. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial no país, acelerou e atingiu 1,01% em novembro. É a maior taxa para o mês desde 2002, quando foi de 3,02%. No resultado acumulado em 12 meses, o índice chegou a 10,48%, o maior desde novembro de 2003, quando foi 11,02%. No ano, a taxa é de 9,62%, maior desde 2002. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE.
O resultado veio acima do esperado pelo mercado. Analistas consultados pela Bloomberg News esperavam, em média, uma inflação de 0,95%, com estimativas entre 0,86% e 1,04%. Já a expectativa média para o resultado acumulado em 12 meses era de 10,42%, com taxas entre 10,32% e 10,50%.
Quase metade da alta da inflação (0,46 ponto percentual dos 1,01%) veio do grupo de alimentos, que subiu 1,83% em novembro. A segunda maior influência veio de transportes, com alta de 1,08% e impacto de 0,20 ponto percentual. Individualmente, o item que mais subiu em novembro foi combustível, com aumento de 4,16% e impacto de 0,21 ponto percentual.
Entre os combustíveis, o preço da gasolina avançou 3,21% (impacto de 0,13 ponto percentual. Quando se considera os meses de outubro e novembro, o preço ficou 8,42% mais caro, diante do reajuste de 6% nas refinarias em 30 de setembro. Já o preço do etanol variou 9,31% em novembro, com impacto de 0,08 ponto percentual.
No grupo de transportes, a influência veio dos combustíveis, mas também das tarifas de ônibus urbanos, que subiram 1,11%. A alta reflete reajustes em Fortaleza, Belo Horizonte e Campo Grande.
Nos alimentos — que têm peso de 25% no IPCA —, o preço daqueles para consumo em casa subiu 2,46%, enquanto a alimentação fora do domicílio subiu 0,70%. Entre os itens, a maior alta em novembro foi da batata-inglesa, de 27,46%, seguida pelo tomate (24,65%) e açúcar cristal (15,11%).
Itens
Metade da alta da inflação em 12 meses (51,34%) veio apenas de alimentos, energia elétrica e combustíveis. Da taxa de 10,48%, pouco menos de um terço (27,39%) veio de alimentos, 14,41% de energia elétrica e 9,54% de combustíveis.
Nos 12 meses encerrados em novembro, os preços de alimentos subiram 11,56%, enquanto a energia elétrica teve alta de 51,27%. A energia teve individualmente a maior influência na alta do IPCA no período, com impacto de 1,51 ponto percentual dos 10,48%.
No mês de outubro, a inflação acumulada em 12 meses tinha escapado por pouco dos dois dígitos, ao ficar em 9,93%.
Boletim Focus
A última pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central, elevou pela 12ª semana seguida a previsão para o IPCA de 2015. O boletim divulgado na segunda-feira indica que a taxa fechará o ano em 10,44%.