A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de setembro caminha para uma taxa positiva em seu fechamento, bem diferente da deflação de 0,32% apurada em agosto pelo índice devido à forte influência, no cálculo do índice, da perda de força nos preços agropecuários no atacado. Entretanto, o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, afirmou que antecipar o fechamento do índice, atualmente, torna-se mais difícil tendo em vista a atual turbulência dos mercados internacionais, que estão influenciando itens de grande peso na formação da inflação do setor atacadista: as matérias-primas (commodities) e os derivados de petróleo.

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Ele comentou que, no atacado, commodities agrícolas como soja, milho, e trigo têm grande peso na formação do Índice de Preços por Atacado (IPA), que representa 60% do total do IGP-M. Até a segunda prévia de setembro do índice, esses produtos estavam apresentando quedas mais fracas de preços, o que tem levado a taxa do índice a registrar saldo positivo.

Entretanto, desde o início da semana, investidores estão revendo posições e sacando recursos aplicados em petróleo e produtos agrícolas, principalmente commodities, levando a uma queda nos preços dessas matérias-primas. "Estamos em meio a um cenário de grande instabilidade e temos ainda um último decêndio (prévia) do IGP-M. O que esse último decêndio pode nos reservar? Não temos como saber agora", afirmou.

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Atacado e varejo

A perda de força na deflação de preços agropecuários no atacado, de -3,86% para -2,16%, foi determinante para a segunda prévia do IGP-M voltar a subir, na comparação entre as mesmas leituras de agosto e de setembro, de -0,12% para 0,04%. "O que estava deixando a segunda prévia negativa era, basicamente, os agropecuários no atacado", comentou Quadros.

Já o varejo continua a refletir a forte queda nos preços agropecuários no atacado, registrada em agosto e no início de setembro, em alguns índices. Essa seria a principal razão para a queda de 0,12% apurada nos preços junto ao consumidor na segunda prévia do IGP-M de setembro, a mais intensa desde julho de 2006, quando os preços do varejo caíram 0,13%.

De acordo com o coordenador de análises da FGV, o principal destaque na queda de preços do varejo foi a intensificação da deflação dos alimentos, de -0,34% para -1,07%, setor muito influenciado por repasse das quedas em preços agropecuários originadas do atacado.

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