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Política monetária

Inflação empurra Selic para 9,5%

Veja a variação dos juros no mercado |
Veja a variação dos juros no mercado (Foto: )

Para conter um possível superaquecimento da economia e suas consequências inflacionárias, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar em 0,75 ponto porcentual a taxa básica de juros (Selic) para 9,5% ao ano. A decisão unânime é mais dura do que o mercado previa até o início desta semana, quando o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deu declarações indicando uma ação forte contra a inflação.A elevação da Selic altera uma sequência de nove meses de estabilidade em 8,75% ao ano. Conforme nota divulgada após a reunião, a alta na taxa ocorreu "para assegurar a convergência da inflação à trajetória de metas". O BC persegue uma meta de 4,5% para o IPCA, com margem de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.Desde março, as projeções de mercado para os índices de inflação tanto de 2010 como de 2011 foram revisadas para cima. Nos últimos 12 meses, a inflação já bate na casa dos 5,1%. No seu último relatório trimestral, o próprio BC recalculou sua projeção para o índice de preços neste ano, subindo de 4,6% para 5,2%.

"O Copom vê o cenário de 2011 com mais preocupação do que havia nos meses anteriores. Por isso a opção de um começo mais rigoroso no ciclo de alta", diz Bernardo Wjuniski, economista da Tendências. A Selic retornou ao patamar mais alto desde junho do ano passado, quando o Copom reduziu os juros de 10,25% para 9,25% ao ano.

O Copom havia elevado a Selic pela última vez em setembro de 2008 (também em 0,75 ponto), quando a velocidade de crescimento da economia atingia o seu auge, em torno de 6%, o mesmo previsto para 2010. Naquele mesmo mês, a explosão da crise financeira internacional começou a atingir inclusive a economia brasileira, ajudando a frear o ímpeto de expansão da demanda.

Com as pressões inflacionárias afastadas, mas com risco de estagnação, o governo então precisou estimular o consumo com reduções de tributos, liberação de compulsórios e queda nos juros. Tanto que, entre janeiro e julho do ano passado, o Copom cortou em cinco pontos a Selic, que despencou de 13,75% para 8,75%, o menor patamar da história, que desde então manteve-se inalterada.

Crítica

A alta foi criticada por representantes das indústrias. A Fe­­deração das Indústrias de São Paulo (Fiesp) informou que lamenta profundamente que "a produção, o crescimento e o emprego, mais uma vez, sejam os perdedores" da decisão do BC de elevar os juros. A Fe­­deração das Indústrias do Paraná (Fiep), diz que o BC usa o remédio errado para manter a estabilidade de preços e defende que a política monetária se volte mais para o desenvolvimento da produção do que para o controle da inflação através dos juros.

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