A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), divulgada nesta sexta (10) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), é a mais baixa desde 2006 e ficou próxima da de 2007, tanto na comparação entre iguais períodos de segundo trimestre quanto para os primeiros semestres. Segundo a FGV, o IPC-3i subiu 1,15% entre abril e junho de 2009 e acumula alta de 2,68% no ano até o mês passado. Já em 2006, o IPC-3i no segundo trimestre foi de 0,07%, totalizando 0,89% nos primeiros seis meses daquele ano.
Porém, a desaceleração no IPC-3i, ocorrida do por dois trimestres consecutivos, deve ser interrompida neste terceiro trimestre, afirmou hoje o economista da FGV, André Braz. De acordo com o especialista, o reajuste de preços administrados vai causar um aumento do índice. "No fim do ano pode haver uma retomada da desaceleração".
Braz lembrou que já entrou em vigor o reajuste de energia pela Eletropaulo, em São Paulo, de 12,96% para o consumidor residencial. Também citou que, em agosto, haverá aumento de 6% na taxa de água e esgoto no Rio de Janeiro. As duas cidades são as de maior peso na família do IPC da FGV. Além disso, Braz considera também que deve haver reajuste de telefonia fixa.
O economista da FGV disse também que "provavelmente não vai haver espaço para o IPC-3i registrar taxa inferior a outros índices". Ele explicou que a população idosa é mais sensível, por exemplo, a produtos como remédios. "Só Medicamentos subiram mais de 5%", observou.
O economista atribuiu aos alimentos a desaceleração do primeiro trimestre deste ano, quando foi de 1,51%, para o segundo trimestre, em que ficou em 1,15%. "A alimentação teve taxas muito elevadas no primeiro trimestre", afirmou. As Hortaliças e Legumes, por exemplo, tinham subido 12,23% no primeiro trimestre deste ano, mas, no segundo, o ritmo de remarcação dos preços se reduziu e o aumento foi de 0,86%. Os açúcares também passaram de uma alta de 16,92% para outra de 3,41%.
No caso das frutas, no período entre janeiro e março de 2009 houve alta de 6,77% e no período entre abril e junho, queda de 10,28%. Os pescados também passaram de uma alta, de 6,28%, no primeiro trimestre para uma taxa negativa de 1,95% no trimestre seguinte.