O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira (6) que o resultado da inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi muito positivo e dá "liberdade para o governo ter uma política monetária mais flexível com redução de taxa de juros e aumento do crédito". Em maio o indicador desacelerou para 0,36%, ante alta de 0,64% em abril.
"[O IPCA] de 0,36% é muito bom. Significa que a inflação anualizada, em 12 meses, está abaixo de 5% o que nos dá grau de liberdade para termos política monetária mais flexível", afirmou Mantega na chegada ao Ministério da Fazenda. Considerando os últimos 12 meses, o índice registrou alta de 4,99% - o nível mais baixo desde setembro de 2010 (4,7%).
Segundo o ministro, já é possível observar aumento do crédito em maio e também uma redução na taxa de juros.
"A economia já está em uma rota de crescimento positiva. As vendas do setor automotivo cresceram muito, 10,8%, e isso antes ainda de entrarem as ações de estímulos. Na verdade, só na última semana de maio que houve aquele estímulo de redução do IPI que gerou a redução de preços nos automóveis. Isso vai continuar em junho e, portanto, teremos maio e junho com taxas de crescimento muito maiores que a abril e que o primeiro trimestre", afirmou Mantega.
Sobre investimentos, Mantega disse que o governo investe 30% a mais do montante do mesmo período do ano passado, incluindo o setor habitacional. Afirmou também que as empresas estatais, como a Petrobras, irão investir mais este ano. O plano de negócios da empresa deverá ser anunciado na próxima semana, segundo o ministro.
Em relação aos investimentos privados, ele afirmou que o setor ainda está um pouco "assustado" com a crise internacional que se prolonga, porém se mostrou otimista com possíveis investimentos.
"Como estamos mostrando que a economia brasileira pode crescer mesmo com uma crise muito forte lá fora, o setor privado começa a se animar e estamos dando condições para o setor privado investir com custos mais baixos, custos tributários e custos financeiros."