O IPCA (índice oficial de inflação) começou o ano pressionado, com alta de 1,24% em janeiro, a maior desde fevereiro de 2003 (1,57%). Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta sexta-feira (6).
Em dezembro, o índice já havia sido elevado (0,78%), resultado que levou o IPCA a fechar o ano de 2014 muito perto do limiar da meta do governo - ficou em 6,41% para um teto de 6,5%.
O índice acumulado nos últimos 12 meses fechou em 7,14%, atingindo a maior alta desde setembro de 2011.
Expectativa
Já era esperada uma forte pressão, vinda especialmente de preços controlados pelo governo, como energia elétrica e ônibus urbano, estes com reajustes em várias capitais. O resultado ficou exatamente igual à previsão do mercado.
Segundo a agência Bloomberg, que consultou 28 economistas, o centro das apostas (mediana) de economistas apontava para uma alta de 1,24% em janeiro. O Itaú estimou, por exemplo, aumento de 1,25%.
PressõesAs principais pressões, em janeiro, vieram de alimentação e bebidas (1,48%), habitação (2,42%) e transportes (1,83%). O clima adverso, com a seca, impactou o preço dos alimentos.
O custo da energia deve seguir em alta com o regime de bandeiras tarifárias, que "joga" para o consumidor o custo extra do uso das termelétricas.
Com esse cenário, analistas esperavam já um alta de cerca de 7,14% neste ano, superior ao teto da meta do governo (6,5%).
A inflação deve ficar pressionada apesar do previsão de consumo e PIB (Produto Interno Bruto) fraco neste ano. As estimativas de especialistas apontam para um crescimento de apenas 0,5% da economia em 2015.
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