O Ministério da Integração Nacional minimizou nesta terça-feira (10) as quatro ações que o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou para investigar o ministro Fernando Bezerra, por suspeita de improbidade administrativa na época em que foi prefeito de Petrolina (PE). Em nota, o ministério diz que as ações "dizem respeito a fatos do passado, em fase de análise ou já analisados por órgãos de controle". Também diz que não há, entre os fatos apurados, acusações de enriquecimento ilícito.

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Matéria do GLOBO desta terça-feira mostra que as ações, encaminhadas à Justiça Federal em Pernambuco, foram propostas nas últimas semanas de dezembro, quando - pelo fato de o último mandato de Bezerra como prefeito ter terminado em 2006 - vencia legalmente o prazo para eventuais processos contra sua gestão.

A nota do ministério informa que todas as ações envolvem a aplicação de recursos repassados pelo governo federal à prefeitura de Petrolina entre 2001 e 2006. Também diz que "as acusações serão rapidamente esclarecidas no curso dos processos judiciais". Destaca ainda que o ministro não foi notificado, evidenciando que "a Justiça não autorizou o processamento de nenhuma ação, tendo em vista que as partes interessadas serão chamadas para se manifestar preliminarmente acerca das acusações veiculadas pelo MPF".

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A nota também detalha as quatro ações, procurando apresentar justificativas para as ações tomadas pela prefeitura e pelo prefeito, que agora são alvo de investigação do Ministério Público.

Quanto à denúncia de irregularidades na contratação sem licitação da empresa SP Síntese para fornecimento de próteses e órteses para o Hospital Dom Malan, a nota diz que a lei foi seguida e que "o objeto do convênio foi integralmente executado e o seu objetivo atingido, não havendo dúvidas a esse respeito". Diz ainda que a contratação sem licitação é prevista pela legislação quando não há competição no mercado, o que seria o caso da SP síntese.

O texto também defende o convênio firmado entre a prefeitura e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para a implantação da Estação de Tratamento de Esgotos Sanitários da Bacia Centro. A nota diz que a análise da execução do convênio ainda está em curso perante a Codevasf e que, enquanto não for concluída, é precipitado o ajuizamento da ação. Isso porque "não se pode sequer identificar e quantificar as eventuais falhas ou apontar os responsáveis". Destaca também que a maior parte do convênio foi executado a partir de 2007, quando Bezerra não era mais prefeito.

Em relação à prestação de contas de convênio firmado com o Ministério do Meio Ambiente para obras de saneamento na localidade de Vila Marcela, a nota também diz que ele "foi integralmente executado e atingido, não havendo indagações a esse respeito". Diz ainda que, "diante de ações análogas, a Justiça Federal vem compreendendo que apenas eventuais desconformidades na prestação de contas de recursos conveniados não se configuram atos de improbidade administrativa".

Por fim, o ministério nega irregularidades na contratação emergencial da empresa CM Machado para restaurar parte da BR 407 em Petrolina. Segundo a nota, o convênio com o Dnit foi integralmente executado e, conforme a legislação, "a contratação emergencial da construtora se deu em meio ao estado de calamidade pública vivenciado em Petrolina no ano de 2004".

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