Smartphones, carros, itens domésticos: o setor da eletrônica tentará seduzir os consumidores com um ambiente cada vez mais conectado e inteligente no salão anual de alta tecnologia CES (Consumer Eletronic Show), que começa nesta quinta-feira (5), em Las Vegas, sob uma pressão cada vez maior para transformar sonhos em realidade.
O salão, organizado pela associação americana de tecnologias de amplo consumo (CTA), celebra sua quinquagésima edição de 5 a 8 de janeiro e foi antecedido de dois dias de coletivas de imprensa. O evento contará com mais de 3.800 expositores e está prevista a assistência de pelo menos 165.000 visitantes.
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“As coisas que espero ver realmente em todos os lugares são a realidade virtual e aumentada, a casa e os carros inteligentes”, disse Carolina Milanesi, analista da Creative Strategies. “Se algumas destas expectativas e destes sonhos, como a casa conectada e a realidade virtual ou aumentada não começarem a dar resultados, será certamente sintomático de um problema que a indústria irá enfrentar”, advertiu.
Encontrar uma fonte de crescimento é urgente, pois o mercado dos smartphones está dando sinais de saturação e outros produtos parecem decepcionar as expectativas depositadas neles, como os tablets, cujo auge declinou, ou os smartwatches, que penaram para encontrar seu público.
Stephen Baker, analista da empresa NPD Group, também previu “um monte de coisas relacionadas com a realidade virtual e aumentada, como os drones e as casas inteligentes”. No entanto, admitiu que “a maior parte serão melhorias do que vimos no ano passado” - nada realmente “revolucionário”.
“Não acredito que se tenha chegado a um ponto de inflexão em nenhum destes produtos, mas estamos muito perto de coisas como a casa inteligente”, enquanto é possível que a realidade virtual e aumentada se tornem tecnologias de consumo mais generalizado a partir deste ano, apostou.
Muitos expositores do CES possivelmente vão aproveitar a oportunidade para demonstrar o potencial da realidade virtual e aumentada na indústria, no comércio e, inclusive, na medicina, embora a princípio seja associada sobretudo ao campo dos videogames, segundo Jack Gold, outro especialista do setor.
“Não se trata de saber se [a realidade virtual e aumentada] tem o potencial de mudar as coisas”, mas de torná-las suficientemente acessíveis financeiramente “para que as pessoas possam realmente utilizá-las”, diz.
Os avanços tecnológicos na inteligência artificial e na robótica também terão lugar de destaque no salão.
Carros inteligentes
Os pesos-pesados da eletrônica, como Samsung, Sony, LG Electronics, Panasonic e Huawei, entre outros, competirão, como ocorre todo ano, no tamanho e na resolução de seus aparelhos de TV, no design de seus smartphones e na inteligência de seus dispositivos domésticos.
A LG deve, entre outros dispositivos, apresentar um alto-falante que “levita” sobre seu suporte, graças a eletroímãs, e a Samsung mostrará um aspirador compatível com o assistente doméstico por comando de voz Echo, da Amazon.
O CES se tornou paralelamente um evento importante para a indústria automotiva, que já não deve se limitar necessariamente a apresentar seus novos modelos em seu próprio salão, que será realizado entre 8 e 22 de janeiro, em Detroit.
Particularmente, a ênfase estará nos veículos futuristas, especialmente naqueles que dispensam o motorista - a parte do salão dedicada a tecnologias de direção autônoma, que alguns fabricantes prometem lançar em série em 2021, cresceu 75% desde que foi criada, em 2014, segundo o CTA.
“Já foi dada a largada para oferecer aos consumidores veículos autônomos, elétricos e conectados. O CES será uma etapa importante nos próximos anos para ver se no setor se pode conseguir um futuro assim”, destacou J.P. Gownder, analista da empresa Forrester.
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