O novo produto do momento nos Estados Unidos não é um smartphone top de linha, um relógio inteligente ou um óculos de realidade virtual, mas um singelo alto falante em formato de cilindro, da altura de duas latinhas de refrigerante empilhadas.
O aparelho, no entanto, quer fazer mais do que apenas tocar músicas em alto e bom som. Ele quer ser o novo assistente virtual da sua casa – mesmo que você nem sequer imagine que precisa de um.
UNANIMIDADE: O que a imprensa especializada tem falado sobre o Echo
Produzido e vendido pela Amazon, o Echo começou a ser comercializado pela internet em junho do ano passado, após um período de vendas exclusivas para usuários premium.
Visto com desconfiança quando anunciado pela empresa varejista, passou a receber elogios efusivos de usuários e da crítica especializada nos meses seguintes, a ponto do jornal The New York Times cravar que se trata do gadget mais promissor a surgir no mercado depois do primeiro iPhone. E que, estranhamente, não foi desenvolvido pelas gigantes do setor, como Apple, Google, Facebook ou Microsoft.
O Echo tem chamado a atenção por levar a um novo nível a tecnologia de utilização da voz para efetuar ações, fazer pesquisas e ordenar tarefas – recurso já presente há anos em smartphones e computadores, por meio de assistentes como a Siri (da Apple) e o Google Now.
Basta falar a palavra “Alexa” para “dar vida” à caixa de som. Em seguida, a inteligência artificial que habita o aparelho fica à postos para tocar uma música do serviço de streaming Spotify, chamar um carro pelo Uber, incluir um livro novo na lista de compras, relatar as principais notícias do dia e dizer se vai chover ou não. Tudo isso sem que o usuário tenha que apertar qualquer botão ou tirar o celular do bolso.
“Eu acho que é a próxima grande plataforma do futuro”, sacramentou, em entrevista à CNBC, o cofundador da Apple, Steve Wozniak. O antigo colega de Steve Jobs afirmou à rede de TV que o assistente virtual da Amazon se tornou uma peça fundamental em sua casa. “Não ter que segurar nada e apenas dizer coisas, falando de qualquer lugar da sala... isto é um luxo e ao mesmo tempo libertador”, completou.
Internet das coisas
O fato da assistente virtual Echo não estar restrita a um celular e oferecer respostas de forma rápida e dinâmica, enquanto o usuário está ocupado fazendo outras ações, é apontado como um fator fundamental para o sucesso do produto – e uma amostra importante do potencial de aparelhos voltados para casas inteligentes.
Por meio do Echo, é possível controlar outros produtos conectados à internet, como lâmpadas e termostatos. Com a popularização do gadget, é provável que cada vez mais fabricantes tragam aparelhos e sistemas compatíveis – a Philips já tem lâmpadas que apagam ou acendem por meio de comandos de voz direcionados ao Echo, por exemplo.
As casas conectadas são apontadas inclusive em estudo recente do Fórum Econômico Mundial como uma das principais tendências em tecnologia que ganharão corpo ao longo da próxima década – pesquisadores ouvidos pela entidade preveem que, em 2024, mais da metade do tráfego de internet dentro das casas servirá justamente para atender aparelhos inteligentes, como o próprio Echo.
Só em inglês
O gadget da Amazon está sendo vendido a US$ 179,99 (o equivalente a cerca de R$ 650 na cotação atual). A varejista não divulga o número de unidades vendidas, mas, em dezembro, revelou que o Echo foi o produto acima de US$ 100 mais vendido em seu site durante a Black Friday. O sucesso do aparelho nos Estados Unidos – depois de um fracasso retumbante da Amazon com o Fire, seu smartphone próprio – aumenta as expectativa do lançamento em novos mercados, como o Brasil. A varejista, no entanto, não se pronuncia a respeito. Até porque, primeiro, será preciso ensinar Alexa a falar outras línguas: por enquanto, bater papo com o aparelho, só em inglês.
O que a imprensa especializada fala do Echo:
Na acelerada corrida entre os assistentes de voz superpoderosos, o da Amazon é o que está pulando fora de seu telefone para o mundo real. E é por isso que a companhia está ganhando. (...) A Amazon quer ser seu back-end controlado por voz para tudo que você compra e usa.”
O Echo tem pouco mais de 15 meses e é claramente uma quebra de paradigmas neste momento. No mínimo, está provado que há lugar para aparelhos controlados por voz na casa moderna, e um mercado para isso também.”
A maior razão para comprar o Echo é como ele se integra facilmente com outros devices existentes. (...) Usá-lo é tão intuitivo que você vai querer saber como a Amazon conseguiu ‘solucionar’ a casa inteligente antes da Apple e do Google.”
Como está dentro de casa, o Echo oferece uma experiência muito mais convergente do que produtos como a Siri ou Google Now, restritos aos smartphones (...) Em termos de poder de computação de voz, é realmente um imenso passo adiante.”