Enquanto drones aéreos se tornaram parte crucial das guerras modernas, o Pentágono está procurando formas de colocar robôs embaixo d’água para patrulhar os oceanos no que os oficiais designam como uma “rede de autoestradas” – incluindo pontos de parada onde os veículos possam reabastecer.
Embora ainda esteja em estágio de desenvolvimento, essa tecnologia amadureceu nos últimos anos e está superando as dificuldades da operação aquática, muito mais complicada do que a de drones aéreos.
A água marinha corrói o metal. A pressão do fundo do mar pode danificar estruturas. E a comunicação é bastante limitada, o que implica na necessidade de os drones terem de navegar sozinhos, sem serem pilotados remotamente.
Apesar das dificuldades, a Marinha dos EUA vem testando diversos sistemas criados para mapear o fundo do mar, procurar minas e submarinos, e até lançar ataqtecues. Por enquanto, os drones submarinos são capazes de permanecer submersos por dias e até semanas, mas o objetivo é criar uma rede de estações de reabastecimento que permita a eles permanecerem embaixo d’água por meses, ou até anos.
Oficiais militares dizem que há um senso de urgência porque o domínio do terreno subaquático, embora um tanto ignorado, pode ser tão disputado quanto a superfície do mar, os céus e o espaço.
Enquanto a China e a Rússia estão investindo em suas frotas de submarinos, e o Pentágono tenta ganhar vantagem ao introduzir novas tecnologias, especialmente aquelas em que humanos interagem com robôs e sistemas autônomos. Em 2015, a Marinha nomeou seu primeiro secretário assistente para sistemas autônomos. E o Pentágono quer investir US$ 3 bilhões em sistemas submarinos nos próximos anos.
No mês passado, a Marinha americana participou de um exercício internacional com o uso de tecnologias autônomas nas Escócia. Submarinos autônomos trabalharam juntamente com drones aéreos com a transmissão de informações de dentro da água para o ar e, em seguida, para tropas no chão.
O objetivo principal é ter veículos submarinos autônomos lançados de submarinos tradicionais, ou drones submarinos, da mesma forma que jatos decolam de porta-aviões. Os chineses e outras marinhas construíram sensores que detectam grandes submarinos com suas tripulações, mas ainda têm dificuldade em detectar pequenos drones submarinos.
Ideia é criar uma rede de postos para recarregar equipamentos
Enquanto o projeto de drones submarinos ainda está em um estágio conceitual, a Marinha americana gostaria de construir estações submarinas, similares a postos de combustíveis. Há até um nome para elas: postos avançados de energia e comunicações. “Um lugar onde você pode abastecer ou carregar seus veículos submarinos e transferir dados”, disse Frank Herr, chefe do departamento de monitoramento de espaços de batalha oceânicos.
O Pentágono está testando veículos que são capazes de passar semanas em serviço. Recentemente, a Boeing desenvolveu o Echo Ranger e o Echo Seeker, veículos autônomos capazes de cumprir operações por dias. Neste ano, a companhia lançou o Echo Voyager, um submarino autônomo de 15 metros que é capaz de passar meses em atividade sem depender do suporte de um navio.
Nestea no, a General Dynamics aumentou sua oferta de produtos subaquáticos ao adquirir a Bluefin Robotics, que produz diversos tipos de robôs. Seu Bluefin-21 é um veículo de 4 metros capaz de lançar o que a empresa chama de “micro veículos submarinos”, conhecidos como SandSharks, que pesam apenas 7 quilos. Os SandSharks poderiam monitorar a costa de países inimigos e subir à superfície para transmitir informações para aviões. O Bluefin-21 também pode lançar um tubo que vai até a superfície para lançar um drone aéreo.
Embora haja vários problemas a serem resolvidos, em especial a duração das baterias, a tecnologia de veículos submarinos está hoje no estágio em que estavam dos drones aéreos nos anos 90, disse Carlo Zaffanella, vice-presidente da General Dynamics. O processamento de sinais e a autonomia estão melhorando. E os avanços “estão vindo em um momento em que equipamentos militares submarinos estão ganhando importância”.
Em outra frente, a Rytheon está trabalhando em um torpedo que, em vez de explodir, seria os olhos e ouvidos dos militares embaixo d’água, procurando minas ou submarinos inimigos, mapeando o solo marinho e medindo correntes.
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