Torre de celular montada no National Mall para a posse de Donald Trump| Foto: The Washington Post

Ao longo do parque National Mall foram aparecendo estranhas estruturas que parecem almôndegas gigantes ou rodelas de queijo espetadas em um poste. Cercados e cadeados, estes itens suspensos podem facilmente ser confundidos com equipamento de espionagem ou de segurança - talvez um palpite não tão ruim para uma cidade que está entre as mais vigiadas no mundo.

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Mas, na verdade, fazem parte de um esforço maciço das operadoras de telefonia celular que se preparam para atender às milhões de pessoas que estarão em Washington para a posse do presidente eleito Donald Trump.

As empresas de tecnologia wireless estão se preparando para uma sobrecarga no uso de dados móveis pelos smartphones de quem comparecer à posse. Estas pessoas pretendem compartilhar na internet fotos e vídeos de sua experiência. E para dar suporte a toda essa movimentação, as empresas estão literalmente usando suas antenas celulares mais avançadas, os dispositivos em formato de almôndega que agora contornam a capital dos Estados Unidos.

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Essas “células sobre rodas”, ou COW (na sigla em inglês), foram colocadas em locais-chave para aumentar a cobertura e capacidade. Ao contrário de uma torre celular normal, estas antenas móveis são projetadas para lidar com surtos de tráfego em grandes eventos públicos, como corridas da NASCAR e shows musicais.

Cada uma é capaz de produzir uma dúzia ou mais de ondas de rádio que juntas vão permitir que centenas de milhares de pessoas usem Twitter, Instagram e postem no Facebook, no dia 20 de janeiro, de forma tão fácil quanto se estivessem na sua própria sala de estar.

As empresas se recusaram a dizer as estimativas de quantos milhares de gigabytes de tuítes e postagens no Facebook podem trafegar em suas redes na próxima sexta-feira. Mas, por segurança, muitas passaram meses aumentando sua capacidade de dados móveis nesta área em 400% ou mais. Algumas começaram a se planejar quase assim que a última posse do presidente Barack Obama terminou.

“Esta será a posse mais conectada da história”, disse Mark Funka, diretor regional de desempenho do sistema da Verizon.

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Esta não é a primeira vez que as operadoras de telemóveis têm adotado medidas para lidar com o volume de tráfego adicional. As empresas começaram a pensar nisso com seriedade no início de 2009, com a primeira posse do presidente Obama.

Na época, os hábitos de uso de dados no país eram muito diferentes; apenas um terço dos americanos tinham um smartphone, de acordo com o Pew Research Center. A maioria dos consumidores ainda usava telefones mais básicos, e por isso as posses passadas não colocaram tanta pressão sobre as redes das operadoras.

Mas esses números mudaram dramaticamente durante os últimos anos. Hoje, a Pew estima que quase 80% dos americanos têm smartphones e 68% está no Facebook.

Tudo isso representa uma enorme demanda por serviços sem fio, particularmente de dados. Para supri-la, as operadoras não estão apenas usando torres móveis de celular. Elas também estão adaptando torres existentes com antenas mais recentes que podem inclinar e ajustar seus ângulos para cobrir melhor as grandes multidões.

“Essas opções não estavam disponíveis para nós há quatro anos”, diz Brian Harrison, gerente de telecomunicações da AT & T, “mas hoje estão, o que é ótimo, porque os hábitos dos usuários mudaram muito”.

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No ano passado, a Sprint aumentou três vezes a banda disponível na área. A T-Mobile diz que expandiu sua capacidade de rede local em 10 vezes. A AT & T está quintuplicando sua capacidade LTE e a Verizon disse que a está aumentando em seis vezes.

Além de impulsionar os sinais no National Mall, as operadoras melhoraram as instalações em locais suscetíveis a tráfego elevado de dados, como o Aeroporto Nacional, a Union Station e os hotéis da região. A capacidade do sinal ao longo da rota da parada presidencial também está sendo trabalhada.

Embora as COWs sejam temporárias, grande parte da preparação para a posse - como as torres modernizadas - será permanente, o que significa que os moradores e turistas continuarão a se beneficiar das atualizações do sistema depois que os postes e a multidão desaparecerem. E quando se trata de algumas das mais recentes tecnologias das operadoras, Washington será a vanguarda; algumas dessas novidades ainda estão engatinhando no resto do país.