Dentro de uma distribuidora das lojas Walmart, de cerca de 100.000 metros quadrados, próxima à sua sede, ouve-se um zumbido – como um enxame de abelhas – nos corredores cheios de prateleiras com mercadorias que vão de fraldas a fornos de micro-ondas.
Voando para cima e para baixo num corredor aparentemente infinito, vê-se um drone com uma câmera personalizada que tira 30 fotos por segundo. O aparelho captura imagens de cada item para garantir que ele esteja localizado no seu lugar certo nas prateleiras, para que os funcionários possam encontrá-los rapidamente quando forem requisitados por alguma loja.
O Walmart fez uma demonstração dessa tecnologia para os repórteres num evento com a mídia na reunião anual dos investidores na sexta-feira (3), como parte de esforços para mostrar como a empresa vem usando tecnologia para manter a eficiência que a ajudou a se tornar a maior varejista do mundo.
Neste momento, em que os clientes têm evitado gastar demais, dentro da atual situação econômica incerta e com rivais online que roubam a freguesia, é ainda mais importante que as operações continuem fáceis e eficazes – e em parte isso é possível ao se garantir que os itens certos cheguem às lojas certas.
Quando o drone encontra um item no lugar errado, alguém no “centro de tráfego aéreo” vê uma marca vermelha num mapa computadorizado das prateleiras em tempo real e despacha um funcionário para realocar o item fora de lugar. Conferir todas as prateleiras na distribuidora é um trabalho que leva um mês para que dois funcionários façam manualmente.
O drone é capaz de completar essa mesma tarefa em uma hora. E é um trabalho perigoso também para seres humanos, visto que é preciso subir em elevadores altos, de vários andares, para se chegar às prateleiras superiores. Já o drone sequer precisa de piloto.
O drone da distribuidora ainda está em fase de teste, que deverá durar pelo menos outros de seis a nove meses, segundo Shekar Natarajn, vice-presidente do Walmart que lida com tecnologias emergentes. Mas é um dos primeiros experimentos do Walmart para testar o papel dos drones em sua rede de logística, que inclui mais de 100 distribuidoras e aproximadamente 4.500 lojas nos EUA. A empresa, porém, que tem sua sede em Bentonville, Arkansas, não quis discutir mais nenhum projeto específico em desenvolvimento que envolva drones, além da verificação de inventário.
O Walmart solicitou um alvará à Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) para testar seus drones em espaços públicos, com o objetivo de uma hora usá-los para entregar mercadorias para os seus clientes. A empresa também quer usar drones para ajudá-los a rastrear a mercadoria, como fazer o inventário dos trailers fora das distribuidoras, segundo as solicitações feitas à agência.
Empresas como a Amazon.com e a Alphabet vêm testando drones para a entrega doméstica de pequenos pacotes, um conceito que ambas afirmaram que deverá demorar alguns anos ainda para ser concretizado. No momento, a FAA está finalizando uma nova regulamentação para permitir o uso de voos robóticos a longa distância que são necessários para essas entregas.
O Walmart vêm tentando alcançar a Amazon no tocante às entregas, abrindo uma nova rede de estoque online para encurtar o prazo dos fretes e testando um serviço de frete por assinatura semelhante ao Amazon Prime. A empresa também anda promovendo a busca direto na loja, através da qual os clientes podem fazer seus pedidos online e já encontrá-los prontos para ser levados para casa no seu Walmart local.
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