O principal índice das ações brasileiras parou de subir nesta terça-feira (03) após 11 dias e quase 10 por cento de ganhos, em uma sessão de ajustes nos mercados internacionais após indicadores e resultados corporativos piores que o esperado nos Estados Unidos.
O Ibovespa fechou em baixa de 0,76 por cento, aos 67.997 pontos. O giro financeiro deste pregão foi de 5,79 bilhões de reais, segundo a assessoria da BM&FBovespa.
Em 11 altas seguidas, maior série em sete anos, o índice teve valorização de 9,91 por cento até segunda-feira.
Em Nova York, o índice S&P 500 caiu 0,48 por cento um dia após superar a média móvel trimestral de 200 dias pela primeira vez desde maio. As bolsas norte-americanas refletiram números decepcionantes de Procter & Gamble e Dow Chemical, além de sinais de enfraquecimento nos setores imobiliário e industrial.
"A Bovespa vem de 11 pregões seguidos de alta, então criou uma gordura", disse o analista Pedro Galdi, da SLW Corretora.
"Alguns papéis que tiveram alta muito forte no final do mês passado, relacionados a consumo, estão devolvendo hoje", completou, citando Lojas Renner, Brasil Foods e Pão de Açúcar, com queda entre 1,5 e 2,9 por cento.
Ações do setor imobiliário também perderam, com MRV, PDG Realty, Rossi Residencial e Gafisa em queda de 3,7 a 5 por cento.
O destaque de queda, porém, foi a Gol, com baixa de 5,4 por cento, a 23,92 reais. A companhia aérea, que enfrenta atrasos e cancelamentos de voos nos últimos dias, pode assistir a uma paralisação no dia 13. "Os funcionários da empresa querem melhores salários, plano de saúde, fim do excesso de jornada e assédio moral", afirmou o Sindicato Nacional de Aeroviários (SNA), em nota.
TIM Participações e Itaú Unibanco, que divulgaram balanços do segundo trimestre, também sofreram. A operadora de telefonia móvel teve baixa de 3,5 por cento das ações preferenciais, a 5,03 reais, e as do banco caíram 3,1 por cento, a 38,50 reais.
Por outro lado, a ação da Embraer, que também divulgou resultados, subiu 0,3 por cento, a 11,65 reais.
Quem se destacou na alta foram duas companhias do bilionário Eike Batista, a mineradora MMX, com alta de 6,5 por cento, a 12,70 reais, e a empresa de logística LLX, com valorização de 2,15 por cento, a 9,04 reais.
De acordo com profissionais de mercado, a forte alta de MMX esteve relacionada aos rumores de que Eike negocia a venda de participação na mineradora para a ArcelorMittal, conforme noticiado pela Dow Jones, e de um terminal portuário da LLX no Rio de Janeiro.
A ArcelorMittal e a MMX não comentaram o assunto.
A Petrobras, que reiterou a intenção de realizar a oferta de ações programada em setembro, também subiu, com alta de 2,3 por cento das ações preferenciais, a 29,08 reais.