O leilão da Varig sofreu nesta quinta-feira sua primeira baixa, com a desistência de um grupo franco-suiço representado no Brasil pela consultoria financeira Azulis Capital de acessar o "data-room" da companhia, ou seja, o banco de dados completo da empresa, o que indica a desistência do leilão, marcado para a próxima segunda-feira.

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A Azulis chegou a anunciar, na quarta-feira, que o grupo franco-suíço ia entrar no leilão da Varig para comprar toda a companhia (parte doméstica e internacional). Porém, nesta quinta-feira, minutos antes de pagar os R$ 60 mil para entrar no "data-room" da empresa aérea, a representante da Azulis afirmou que o investidor europeu, que preferiu manter o anonimato, desistiu da operação.

- Ele (o cliente) pediu para esclarecer alguns pontos antes de entrar no "data-room". Já estávamos prontos para entrar quando (o investidor) avisou que não iria mais ao leilão. Não estou autorizada a dizer o motivo e nem o nome do investidor porque este grupo ainda tem interesse em negócios no Brasil - informou à agência Reuters uma das sócias da Azulis, Ivone Saraiva, ex-diretora do BNDES.

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- Apesar de não termos entrado para acessar os dados, já conhecíamos bastante os números da Varig - complementou.

Ao todo, cinco empresas entraram no "data-room" da Varig, e, de acordo com Marcelo Gomes, diretor da Alvarez & Marsal, companhia contratada para implantar o Plano de Recuperação Judicial da empresa, mais dois ou três grupos devem acessar os dados antes do leilão, marcado para segunda-feira. Ele não quis revelar o nome das empresas inscritas.

Segundo uma fonte próxima ao processo de venda da empresa, as empresas que pagaram R$ 60 mil para conhecer os dados da Varig são Gol, TAM, TAP (via AeroLab), OceanAir e o fundo de investimentos americano Brookefields.

Gomes se disse otimista com o sucesso da venda e não teme que ações judiciais atrapalhem o processo.

- O que tinha que acontecer já aconteceu. Pode ser que apareçam (ações judiciais), mas não creio que vão impedir a venda - afirmou ele à Reuters.

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Credores como a Infraero e os empregados da Varig manifestaram intenção de entrar na Justiça contra a metodologia do leilão, que prevê a venda pela melhor oferta se os preços mínimos de US$ 860 milhões para a operação integral, ou de US$ 700 milhões pelas operações domésticas, não forem atingidos.

Questionado sobre se a metodologia não poderia estimular os investidores a ignorar o preço mínimo, partindo para ofertas menores, Gomes explicou que "é um risco", mas que foi a melhor opção para garantir a venda.