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Crise europeia

Investidores temem pânico lento após resgate do Chipre

Os mercados mundiais reagiram com calma às reviravoltas na crise financeira do Chipre da última quinzena, mas muitos investidores temem que consequências econômicas ainda estejam por vir.

O resgate de 10 bilhões de euros ao Chipre evitou um colapso financeiro imediato da pequena ilha, que poderia ter causado nos mercados financeiros um choque semelhante à quebra do Lehman Brothers.

Mas o pacote teve como contrapartida o fechamento do segundo maior banco cipriota, e um confisco dos depósitos bancários superiores a 100 mil euros, o que transformou os grandes correntistas em parte do resgate.

Investidores globais temem que os precedentes estabelecidos por um resgate confuso afetem o financiamento bancário, prejudicando as empresas e a frágil economia regional, e retardando uma recuperação.

A estrategista do fundo britânico Legal and General Asset Management, Ben Bennett, descreveu o cenário de medo dos depositantes, solvência bancária e recessão como "pânico lento".

"Não acho que alguém vá acordar suando frio no meio da noite se perguntando de quais papéis precisam se livrar - é muito mais um desgaste lento", afirmou.

Os investidores temem que os precedentes para a solução dos problemas de um banco levem a um encarecimento do crédito.

Se os bancos precisarem pagar mais para tomar empréstimos, eles vão relutar em oferecer crédito a empresas, que já enfrentam uma recessão e condições creditícias difíceis.

Isso afetaria o crescimento, e reforçaria as dúvidas sobre a viabilidade do euro e a capacidade da região para superar seu endividamento.

Forçar perdas aos correntistas também abre um precedente que pode induzir depositantes de outros países a sacarem seu dinheiro mais rapidamente no futuro em caso de turbulências no setor bancário.

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