Para os próximos quatro anos, o investimento necessário para modernizar o porto de Paranaguá chega a R$ 1,2 bilhão, segundo cálculo da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Com faturamento anual de R$ 180 milhões, o terminal precisará de recursos federais se quiser levar adiante os projetos. A reforma visa a ampliação do pátio de triagem, aumento da capacidade dos armazéns, novo corredor de exportação, ampliação do cais de inflamáveis, novo berço e terminal de contêineres, novo berço para o terminal de veículos, um terminal de passageiros, a revitalização do acesso ao porto e derrocagem submarina para aprofundamento do canal (veja mais detalhes nesta página).
O superintendente da Appa, Airton Vidal Maron, diz que o governo do estado vem fazendo lobby em Brasília em busca de recursos. Ele esteve reunido com o secretário dos Portos, José Leônidas Cristino, na semana passada, e deve ter outro encontro nesta semana, com a presença do secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Pepe Richa, irmão do governador Beto Richa. Segundo Maron, os recursos pleiteados viriam do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 e do "PAC da Copa" neste último caso, apenas para a construção do terminal de passageiros, que permitiria a parada de cruzeiros em Paranaguá.
Caso todas as obras previstas sejam realizadas, o porto passaria a movimentar carga por 32 berços simultaneamente. Hoje, o porto conta com 20 pontos de atracação. "Ampliaríamos em 60% nossa capacidade de carregamento. Em vez de 45 milhões de toneladas ao ano, que é o limite físico atual, passaríamos a embarcar de 70 milhões a 75 milhões de toneladas ao ano", afirma o superintendente. O processo não aliviaria apenas a fila de caminhões, mas também a fila de navios. "Hoje o porto é congestionado. Está cheio de navios de cabo a rabo. E navio que fica esperando custa US$ 30 mil ao dia. É o custo Brasil, que toda a sociedade paga", descreve. O pagamento a que Maron se refere é o chamado "demourrage", e passa a valer após a expiração do prazo fixado em contrato entre exportadores e transportadoras. Normalmente, o prazo estabelecido para o carregamento é de cerca de 20 dias a multa incide, portanto, a partir do 21º dia em que o navio aguarda para ser carregado.
No início de sua gestão, o governador Beto Richa determinou a dispensa de licitação, de forma emergencial, para a dragagem de manutenção de 14 breços de atração. A retirada dos detritos que se acumulam no cais permite que os navios saiam do porto completamente carregados. Na semana passada, a Appa anunciou que o navio Aris T, de bandeira grega, deixou o terminal carregando 68 mil toneladas de soja, carga que "há anos" não era embarcada num único navio. O porto estava sem uma dragagem de manutenção havia seis anos.
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