Os investimentos brasileiros nos EUA cresceram 221% entre 2007 e 2012. No início deste ano, empresas brasileiras estavam presentes em 29 dos 50 Estados americanos.
Os dados da pesquisa que mapeia os investimentos entre os dois países demonstram o crescimento da presença brasileira nos EUA às vésperas da visita da presidente Dilma Rousseff, na terça-feira (30), à Casa Branca. O estudo foi encomendado pela agência de promoção comercial do governo brasileiro, a Apex, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Brazil Industries Coalition (BIC), associação patronal brasileira em Washington.
Plano de exportações vai priorizar novos mercados
Diante da crise política e econômica que acomete seu governo, a presidente Dilma Rousseff lançou nesta quarta-feira (24) o Plano Nacional de Exportações para ampliar o comércio exterior do país. Segundo a presidente, o Brasil, sétima economia do mundo, “não pode aceitar ocupar o 25.º lugar no comércio internacional”.“O Plano Nacional de Exportações
Leia a matéria completaA pesquisa mostra que as empresas com controle acionário brasileiro já proporcionam 76 mil empregos ao mercado americano (empresas americanas são responsáveis por 598 mil postos de trabalho no Brasil).
O mapeamento pode ajudar o lobby brasileiro nos EUA. Outros países, como o Canadá, sabem exatamente em que distritos estão suas empresas, o que ajuda a perceber quais deputados podem se tornar seus aliados no futuro.
“Para promover as exportações brasileiras, remover barreiras regulatórias e promover investimentos, é bom ter essa radar monitorando quais são os congressistas nos distritos que recebem o impacto do investimento brasileiro”, disse o presidente da Apex, David Barioni Neto.
“Surpreende a qualidade dos setores, todos de alto valor agregado, de lado a lado.”
A assimetria entre o que um país investe no outro foi reduzida nos últimos anos. Se o estoque de investimentos em 2012, mostrava que para cada dólar brasileiro investido nos EUA, havia US$ 35 americanos no Brasil, entre 2010 e 2012, essa diferença caiu para menos de três para um (o Brasil investiu nos EUA US$ 5,8 bi, enquanto os EUA investiram US$ 13,5 bi no mesmo período).
Líderes
Segundo o mapeamento, os maiores investidores nos EUA foram Petrobras, JBS e Gerdau; as americanas que mais investiram no Brasil foram a montadora GM, Nucor (metais), Archer Midlands (de energias renováveis), e a petrolífera Chevron.
O Texas foi o Estado americano que mais recebeu investimentos brasileiros, quase 25% do total. Junto a Flórida, Tennessee, Carolina do Norte e Nebraska, detém 50% do investimento brasileiro nos EUA.
Apesar do crescimento, o Brasil representa apenas 0,13% do estoque de investimentos estrangeiros nos EUA. Comparado a outros emergentes, o Brasil ainda está atrás de México (0,56%), China e Índia (0,19% cada) como os países com maiores investimentos nos EUA. Recentemente, a China aumentou muito seus investimentos no país.
Para a Ana Paula Repezza, gerente de estratégia de mercado da Apex, entender o cenário nos permite pensar em novas ações.
“Há 41 Estados americanos de onde sai o investimento no Brasil e 29 Estados americanos onde existe investimento brasileiro. Ou seja, há 12 Estados onde ainda não investimos onde há investidores que conhecem o Brasil e de onde poderiam sair novas parcerias e sociedades com grupos brasileiros.”
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