O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira (5) não acreditar que a implantação da alíquota de 2% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre as aplicações financeiras de curto prazo tenha sido responsável pela queda de 75% no ingresso de dólares nos mercados brasileiros.A entrada de recursos no país para operações financeiras somou, pela média diária, US$ 230 milhões do dia 20 de outubro em diante - quando passou a vigorar o IOF. Isso representa uma queda de 74,9% em relação à média registrada em outubro antes da taxação, que era de US$ 919 milhões.
Apesar disso, em outubro o Brasil recebeu o maior volume de recursos externos desde junho de 2007 e o segundo maior desde 1982, de US$ 14,6 bilhões.
Para Mantega, a volatilidade dos mercados explica o recuo do fluxo. De acordo com o ministro, a expectativa gerada em torno do crescimento trimestral do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, primeiro com a perspectiva de desempenho fraco, depois com a revelação de cifras melhores que o esperado, geraram oscilações no fluxo de recursos internacionais.
Além disso, o relatório do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA, sinalizando a tendência dos juros no futuro próximo, teria influenciado na brusca queda do movimento de dólares em relação ao Brasil nos últimos 15 dias.
"Nas duas últimas semanas, houve muita volatilidade nos mercados internacionais", disse o ministro. "Os mercados se pautaram por um conjunto de ações e previsões. Não acredito que apenas o IOF tenha determinado esse fluxo de capitais. Porque, senão, seria de uma eficácia tremenda."
A criação da taxa de IOF de 2% na entrada de capitais teria, conforme o ministro, "contribuído" para o cenário, moderando o apetite dos investidores, que "estava caminhando em uma direção de excessos".
O ministro reiterou que é muito difícil distinguir o tamanho da influência do IOF. "O fato é que o IOF cumpriu, está cumprindo sua função, evitando exageros. O mercado está volátil. Acredito que precisemos de mais tempo para avaliar essa medida."
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