A confirmação do nome de Luca Luciani para a presidência da TIM Brasil, em substituição a Mário César Pereira de Araújo, ratificou a volta dos italianos ao comando da empresa Realizando ajustes em sua diretoria desde agosto do ano passado, dos seis principais cargos executivos da operadora, apenas dois foram mantidos nas mãos de brasileiros.
As mudanças na empresa tiveram início logo após a apuração dos números do primeiro semestre de 2008, quando a empresa registrou prejuízo de R$ 142 milhões. Para reverter o quadro, assumiu o italiano Cláudio Zezza, que desde o início deste ano está à frente da diretoria de Finanças e Relações com Investidores.
Nas próximas semanas deve ser confirmado o nome de outro italiano para a empresa, Beniamino Bimonte, que será responsável pela diretoria de Recursos Humanos. A fatia brasileira na empresa agora se restringe à diretoria jurídica, de Lara Cristina Ribeiro Piau Marques, e à de Suprimentos, de Cláudio Roberto de Argollo Bastos.
Além do comando da TIM Brasil, Luciani vai acumular também a diretoria-geral da empresa. Mário César Pereira de Araújo, que ocupou por seis anos a presidência da companhia, foi nomeado presidente do Conselho de Administração da TIM Participações. Antes de Araújo, outros dois italianos estiveram na presidência da operadora: Giorgi Grisendi e Marcio De Lissicich.
O troca-troca de executivos ocorre justamente em um momento em que a Telecom Italia tenta superar problemas financeiros na matriz e em meio a boatos de que a filial brasileira poderia esta à venda. A presidência global do grupo, no entanto, tem desmentido a intenção de se desfazer dos negócios no Brasil e tem afirmado que a TIM Brasil é o segundo foco de interesse da empresa.
Na avaliação de analistas do setor de telecomunicações, a TIM Brasil vem tentando, nos últimos meses, impor uma administração mais conservadora. Comparada às estratégias das demais empresas, a operadora italiana tem sido a menos agressiva na atração de clientes.
"A Oi, por exemplo, mira na estratégia do desbloqueio, tarifa e no incentivo do chip. Já a Claro, aposta no subsídio do aparelho A Vivo, por estar em posição de liderança confortável, pode se dar ao luxo de não lançar mão de nenhuma destas estratégias. A TIM quer evitar prejuízos e busca um caminho menos agressivo de atração de clientes", compara um analista que não quis se identificar.
Outro especialista do setor pondera que estas mudanças trazem certa dose de dúvida ao mercado. "Não conhecemos estes executivos e fica mais difícil saber qual seu perfil de gestão", argumenta.