O presidente do Banco do Japão (BOJ, o banco central do país), Masaaki Shirakawa, afirmou hoje que a instituição está pronta para ajudar ainda mais a economia do país, que enfrenta os efeitos do terremoto ocorrido em 11 de março. A ajuda pode incluir novos aumentos no programa de compra de ativos financeiros.
"A posição geral do BOJ é a de tomar os passos apropriados, não limitados ao programa (de compra de ativos), se julgar necessário, depois de examinar cuidadosamente as perspectivas para a economia", afirmou Shirakawa a um comitê de relações fiscais e financeiras da Câmara Alta do Parlamento. "Acredito que as condições econômicas atuais exigem uma atenção cuidadosa" acrescentou.
Shirakawa afirmou ao comitê que o BOJ está preparando três medidas: a implementação de uma "facilitação de crédito abrangente", a garantia da estabilidade dos mercados financeiros e o suporte das bases para o crescimento. A meta é ajudar a economia a superar o problema da deflação e atingir um ritmo de recuperação sustentável, com estabilidade de preços.
Até agora, o presidente do BOJ mostrou relutância em colaborar com o governo no financiamento para a reconstrução do país após o terremoto. Shirakawa e algumas autoridades do governo têm afirmado que subscrever ou aumentar a compra de bônus japoneses para o propósito de monetização da dívida pode solapar a confiança na moeda do país.
O debate sobre como o governo deveria pagar pelos esforços de restauração está se aquecendo e alguns membros do governista Partido Democrático do Japão vêm sugerindo que o BOJ subscreva bônus do governo - um passo proibido por lei sob circunstâncias normais, mas que pode ser aprovado pelo parlamento.
Na reunião de política monetária da semana passada, os membros do BOJ decidiram dobrar o tamanho do programa de compra de ativos para 10 trilhões de ienes, focando principalmente ativos de risco, em meio a sinais de deterioração do sentimento entre as companhias e os consumidores. A ata do encontro, divulgada hoje, mostrou que os membros do BOJ estão preocupados com o fato de as incertezas sobre as perspectivas para a economia e para os preços estarem "aumentando significativamente" em consequência do terremoto.