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O economista francês Jean Tirole ganhou o Prêmio Nobel de Economia 2014 por sua análise do poder de mercado e regulação, anunciou nesta segunda-feira (13) a Real Academia Sueca de Ciências.
"Jean Tirole é um dos economistas mais influentes do nosso tempo", disse o órgão responsável pelas premiações. "Acima de tudo, ele esclareceu como compreender e regular setores de poucas empresas poderosas."
O economista receberá um prêmio de 8 milhões de coroas suecas (1,1 milhão de dólares).
O prêmio de economia, oficialmente chamado de Prêmio Sveriges Riksbank de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, foi criado em 1968 e não fazia parte do grupo original de honrarias estabelecidas pelo magnata que criou a dinamite, definidas em seu testamento, em 1895.
Nobel em 2014
O prêmio Nobel de Economia é a sexta e última categoria a ser concedida este ano.
A atual edição começou na segunda-feira (6) com a concessão do prêmio de Medicina para o americano John O'Keefe e o casal norueguês May-Britt Moser e Edvard Moser, pela descoberta das "células que constituem o sistema de posicionamento do cérebro".
Na terça-feira (7), foi a vez do Nobel de Física, que foi para três cientistas japoneses e sua pesquisa que levou ao diodo emissor de luz (LED, da sigla em inglês) azul. Com a descoberta, foi possível desenvolver a lâmpada de LED, mais econômica e ambientalmente sustentável que as incandescentes ou que as fluorescentes.
Na quarta-feira (8), foi entregue o Nobel de Química, que foi para uma pesquisa de dois americanos e um alemão que permitiu avanços em microscopia.
Já na quinta-feira (9), o romancista francês Patrick Modiano foi agraciado com o Nobel de Literatura.
Na sexta-feira (10), o Nobel da Paz foi dado à ativista adolescente paquistanesa Malala Yousafzai e ao presidente da Marcha Global contra o Trabalho Infantil, o indiano Kailash Satyarthi.
Além do reconhecimento por seus trabalhos, os premiados em cada categoria receberão 8 milhões de coroas suecas (US$ 1,1 milhão).
A entrega dos prêmios será realizada, como estabelece a tradição, no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel, em Estocolmo, para os vencedores das categorias Medicina, Física, Química, Literatura e Economia. O Nobel da Paz será entregue no mesmo dia, mas em Oslo, na Noruega.
Os dados acumulados ao longo dos 45 anos de história do Prêmio Nobel de Economia definiram um perfil médio do vencedor da láurea: homem, americano e com mais de 60 anos. Das 74 pessoas laureadas de 1969 a 2013, 43 eram dos EUA, apenas uma era mulher e o mais novo tinha 51 anos, abaixo da média de idade dos ganhadores, que é de 67 anos.
A liderança dos EUA no ranking de países com mais representantes diplomados é absoluta. O país é seguido no ranking pelo Reino Unido, que tem apenas quatro, número que pode subir para cinco, caso se considere Sir Arthur Lewis inglês. Lewis nasceu na Ilha de Santa Lúcia quando ela ainda pertencia à Inglaterra. Porém, a distância entre os dois países ainda seria enorme.
Outro país com quatro Prêmios Nobel é a Rússia, seguida por Canadá e Noruega empatados com três. Já França, Alemanha, Suécia e Países Baixos têm dois prêmios cada.
E, apesar de toda a proeminência da Escola Austríaca de economia, o país tem apenas um laureado, Friedrich August von Hayek. Outros países com apenas um Nobel são Chipre, Escócia, Hungria, Índia, Israel, Itália.
2009: primeira mulherElinor Ostrom foi professora da Universidade de IndianaEm relação à participação feminina no rol de laureados, a disparidade é ainda maior. A economista Elinor Ostrom foi a única mulher a receber o prêmio, em 2009. Ela foi agraciada por sua pesquisa que mostrou como propriedades locais podem ser gerenciadas por comunidades, sem regulação de autoridades centrais ou privatização. Elinor, que dividiu o prêmio daquele ano com o economista Oliver Williamson, morreu em 2012, vítima de câncer.
Elinor tinha 76 anos quando recebeu o prêmio, em linha com a média de idade dos contemplados na categoria. Segundo o levantamento da própria Fundação Nobel, o vencedor mais jovem do prêmio foi Keneth J. Arrow, que, aos 51 anos, dividiu o diploma de 1972 com John Hicks, na época com 68 anos. Ambos trabalharam em teorias sobre o teoria e bem-estar social.
Já o mais velho a ser condecorado foi o russo Leonid Hurwics, que tinha 90 anos quando recebeu a láurea, em 2007. Hurwics morreu menos de um ano depois de ser contemplado, em junho de 2008, ao lado de outros dois economistas, indicando que o reconhecimento pelos trabalhos costuma vir ao final de uma longa carreira dedicada a um campo específico.
Dividir a premiação, aliás, foi algo comum ao longo da história do Nobel de Economia. O levantamento da Fundação mostra que, de 1969 a 2013, 23 dos 45 laureados compartilhou o título com uma ou mais pessoas.