Os leilões A-3 e de reserva, cuja energia negociada começa a ser entregue em 2014, permitiram adicionar 1.929 megawatt-hora (MWh) de potência de energia eólica no sistema, quase o dobro do que já existe em capacidade instalada no país.
Esta capacidade é resultado da contratação de 1.068 megawatt (MW) em 34 usinas no leilão A-3 e 861 MW em 44 eólicas no leilão de reserva.
Atualmente, o Brasil tem cerca 1.093 MW em capacidade instalada de energia eólica, segundo dados do Banco de Informações de Geração (BIG), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O preço médio da energia eólica reduziu de 130,86 reais por MWh no leilão de 2010 para 99,57 e 99,54 reais por MWh nos leilões de quarta-feira (A-3) e desta quinta-feira (reserva), respectivamente.
"A cada leilão, a impressão que eu tenho é que aquele é o limite de deságio. Felizmente, os investidores estão me surpreendendo", disse o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.
Entre algumas das principais vendedoras de energia eólica dos leilões estão a Eletrosul, do grupo Eletrobras, e a Renova Energia.
O presidente da EPE garantiu que os fornecedores de turbinas com fábricas no Brasil têm condições de atender à crescente capacidade instalada de energia eólica que vem sendo viabilizada no país.
"Temos quatro empresas fabricantes instaladas no Brasil e mais quatro credenciadas pelo BNDES", disse Tolmasquim, referindo-se ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Além da energia eólica, o preço praticado pelas usinas termelétricas a biomassa também apresentou forte redução em relação ao praticado no último leilão, passando de 144,20 reais por MWh no leilão de 2010 para 102,41, no A-3, e 100,29 por MWh, no de reserva.
"Quando acabou o último leilão eu falei aqui que nós estamos dispostos a comprar toda a energia de biomassa que eles oferecerem pelo preço de eólica. Acho que eles aceitaram o desafio e alguns ofereceram", disse Tolmasquim.
O total de capacidade instalada viabilizada nos leilões, considerando todas as fontes de energia, é de 3.962,7 MW em 92 usinas.
Leilão de reserva
A EPE não planeja realizar outros leilões de reserva neste ano e considera que a situação de atendimento à demanda por energia é "bastante confortável", segundo Tolmasquim .
O leilão A-3 contratou 43 por cento a mais de energia em relação à demanda declarada pelas distribuidoras e o leilão de reserva desta quinta-feira contratou cerca de 10 MW médios a mais que a demanda declarada.
"O atraso de usinas não é mais motivo de preocupação, considerando as sobras de energia contratadas", afirmou.
Entretanto, Tolmasquim ainda não deu previsão sobre quando o governo deixará de realizar os leilões de reserva, dedicados a contratar um estoque de geração de energia elétrica além do montante necessário para atender à demanda dos consumidores.
"O leilão de reserva não é infinito, ele acabará em algum momento", disse Tolmasquim ao afirmar que em 2011 esta modalidade não será mais realizada.