O Tribunal Regional Federal (TRF) determinou nesta semana, por meio de uma liminar, o fim da suspensão da Lei do Bem – medida que isentava a cobrança do imposto PIS/Cofins de produtos de informática e telecomunicações desde 2005. A ação foi movida pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), e só afeta as empresas associadas à entidade – entre elas, marcas como Dell, Motorola, Samsung, HP, Apple, LG, Xiaomi e Sony.
Segundo o pedido da Abinee, uma vez que não há definição de um prazo para o fim do benefício fiscal, que seria em 31 de dezembro de 2018, a lei não poderia ser anulada.
Com a liminar, os preços de smartphones, tablets e notebooks podem cair – estimativa da entidade em 2015 alegava que, sem a Lei do Bem, os preços de produtos tecnológicos subiriam em até 10%. A diferença, no entanto, depende de cada empresa, já que nem todas as marcas aplicaram o reajuste de forma imediata ou integral após a suspensão do benefício, em janeiro deste ano.
Em nota, a associação diz que “a liminar concedida pelo Tribunal Regional Federal é importante, pois restabelece os incentivos do Programa de Inclusão Digital, da Lei 11.196 (Lei do Bem), que contribuem para o acesso à tecnologia, principalmente por parte da população de baixa renda, bem como para a geração de empregos formais no país e para o combate ao mercado ilegal de produtos de informática”.
A liminar, contra a qual cabe recurso, vale até a Justiça julgar o mérito da ação, podendo ser confirmada ou não.
Crise
Em dezembro de 2015, o governo federal suspendeu a Lei do Bem para aumentar a arrecadação de impostos e promover o ajuste fiscal, com a MP 690.
O texto que foi aprovado em plenário determinou que o varejo deveria voltar a pagar alíquotas de PIS/Cofins de 9,25% sobre a venda de produtos eletrônicos fabricados no país e de 11,25% no caso de importados, para vendas realizadas entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2016.
Em 2017 e 2018, os produtos terão isenção de 50% na alíquota. A isenção total só volta a entrar em vigor em 2019.
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