Os credores sem garantia real (quirografários) são os que têm a maior quantia a receber da Oi, um total de R$ 61,2 bilhões. Há nessa relação, por exemplo, bancos e detentores de títulos. A dívida total que consta no plano é de R$ 65,4 bilhões.
A relação apresentada à Justiça do Rio, com quase 400 páginas, traz ainda o detalhamento de quanto dessa parcela está em moeda estrangeira. Dentro dos R$ 61,2 bilhões, são 9,56 bilhões de euros.
Os grupos financeiros estrangeiros Citigroup e BNY Mellon lideram a lista, de acordo com os documentos enviados no pedido de recuperação judicial. Somadas, as duas instituições representam 52% do total da dívida da Oi.
As principais instituições brasileiras representam apenas 17%. Os principais credores no país são, na ordem, Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal.
Outros bancos estatais, como Banco da Amazônia, Banco do Nordeste e Banco de Brasília também possuem exposições milionárias à Oi. O Banrisul, embora também esteja na lista, possui menos de R$ 1 milhões a receber da empresa.
Os demais credores são microempresas e empresas de pequeno porte (R$ 158,2 milhões), trabalhadores (R$ 668 milhões) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), único da lista que possui garantia real. O banco de fomento possui crédito de R$ 3,34 bilhões.
Há um grande número de pessoas físicas listadas no documento dentro da parte de credores sem garantia real, sendo que parte delas são pessoas que entraram com ações na Justiça contra a operadora.
Fornecedores
Os problemas financeiros da Oi representam uma ameaça para a cadeia do setor, formada por empresas de pequeno, médio e grande portes cujos negócios estão concentrados nas maiores operadoras nacionais.
Do total da dívida de R$ 65,4 bilhões, R$ 1,5 bilhão são pagamentos relativos a fornecedores, segundo fontes.
Na lista, aparecem por exemplo grandes empresas como a Alcatel Lucent Brasil (R$ 30,9 milhões), Nokia Siemens (R$ 26,8 milhões), a Nokia Solutions (R$ 102,2 milhões) e IBM Brasil (R$ 31,2 milhões). Há ainda comércios, como as Lojas Americanas (R$ 181,4 mil).
Poder público
Com o poder público, a Oi deve, por exemplo, para o governo do Rio de Janeiro R$ 5.772. A KPMG Auditores Independentes tem crédito de R$ 145.257.
Os valores a receber também variam significativamente. Há quem tenha crédito de centavos, enquanto outros de bilhões. Caso o plano de recuperação judicial seja aceito pela Justiça, os credores poderão questionar os valores fornecidos pela Oi. A companhia é assessorada pelos escritórios BMA - Barbosa, Müssnich, Aragão, Penalva Santos e Basilio Advogados.
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