O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta terça-feira (26) que não vê possibilidade de qualquer interrupção no fornecimento de energia da hidrelétrica de Itaipu para o Brasil, em meio à crise política que envolve o vizinho Paraguai e depois da troca do diretor-geral paraguaio da usina. Lobão ressaltou que a venda de energia da usina é regida por tratado, e só pode ser alterada pelos parlamentos do Paraguai e do Brasil. "Se por absurdo houvesse alguma alteração no Congresso paraguaio não haveria no Congresso brasileiro", disse ele. Lobão acrescentou ainda que "se o Brasil eventualmente concordasse em entregar a energia para a direção deles, não teriam onde vender a não ser no Brasil". Segundo o ministro não há linhas de transmissão disponíveis para levar energia a algum outro mercado "e nem comprador". O novo governo do Paraguai nomeou na segunda-feira Franklin Rafael Boccia Romañach como o novo diretor-geral paraguaio da usina hidrelétrica de Itaipu, no lugar de Efraín Enríquez Gamón. No discurso de posse, o novo diretor da usina compartilhada com o Brasil defendeu a redução da venda de energia elétrica excedente aos brasileiros e o "uso pleno" dessa energia em território paraguaio. Pelo tratado entre os dois países, o Paraguai tem direito a 50 por cento da eletricidade produzida na usina. Atualmente, o país vizinho consome somente 10 por cento da energia gerada em Itaipu e vende o excedente ao Brasil, que paga cerca de 360 milhões de dólares anuais por essa energia.
Crise no Paraguai