A história política do Paraguai é marcada por avanços e recuos, além de uma das ditaduras mais longas das Américas, a comandada pelo general Alfredo Stroessner que durou 34 anos, acabando em 1988. Em 2008, o país elegeu o ex-bispo Fernando Lugo, que prometeu reforma agrária e melhorias sociais. Com o impeachment de Lugo na última sexta-feira (22), o quadro de incertezas predomina no país a dez meses das eleições gerais.
O impeachment de Lugo não o impede de concorrer às eleições. Pela Constituição, ele preserva todos os direitos políticos, portanto, não há limitações legais à sua candidatura. No entanto, a legislação paraguaia proíbe a reeleição, o que não permitirá, por exemplo, que o novo presidente, Federico Franco, tente se manter no poder.
Lugo não confirma nem descarta a possibilidade de se candidatar a um cargo eletivo em abril. Ao ser perguntado na segunda-feira sobre o que pretende fazer, ele foi evasivo: "Ainda não se pode definir". Para analistas políticos, o ex-presidente não se manifesta sobre o futuro porque trabalha com a hipótese de poder retornar ao poder para concluir o mandato.
Em 21 de abril de 2013, todos os cidadãos paraguais de 18 a 75 anos são obrigados a votar. Serão escolhidos o presidente, o vice, 17 governadores e parte dos 45 senadores e 80 deputados federais. Porém, o impeachment de Lugo e o novo governo do presidente Federico Franco geraram uma série de especulações ainda sem respostas.
Pelo cenário atual da política paraguaia, as eleições deverão polarizar as disputas entre os candidatos do tradicional Partido Colorado, que fez oposição a Lugo e ao qual pertencia Stroessner, e o Partido Liberal. Alguns nomes se apresentam como eventuais candidatos para a Presidência da República, mas não há confirmações oficiais.
Os candidatos pelo Partido Liberal são Horicio Cartes, Zacarias Irún e Lilian Samaniego que é a presidenta da legenda. Pelo Partido Liberal, devem estar na disputa Blás Llano, empresário e ligado ao governo Franco, e Efraim Alegre.
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