O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (7), em Foz do Iguaçu (PR), que a crise financeira mundial representa uma oportunidade de "o Estado recuperar o prestígio que durante 30 anos o Consenso de Washington colocou de forma equivocada". Segundo ele, esse consenso era de que o mercado seria o responsável por tudo. "As pessoas que antes se auto-intitulavam senhores absolutos do mundo, quando vem a crise, pedem socorro ao Estado", falou.

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Lula disse que, nas questões eleitorais de outros países, sempre vinha tomando cuidado para não dar palpites. "Não me contive ao dizer que gostaria que Barack Obama ganhasse nos EUA", afirmou. "E tudo começou no nosso continente", disse, citando a eleição de um indígena na Bolívia, de uma mulher na Argentina e de um cura - termo usado para vigário de aldeia ou povoação - no Paraguai. Para Lula, isso é uma mudança de consciência na América Latina.

No entanto, Lula acentuou que Obama tem de tomar atitudes para resolver a crise financeira, do contrário, "todo capital político que conseguiu pode se perder". O presidente brasileiro defendeu ainda que os países do Mercosul não precisam depender de decisões externas para tomarem também suas atitudes e alertou que "não há saída individual para nenhum país da América Latina".

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O presidente Lula participou nesta sexta-feira, em Foz do Iguaçu, da reunião de governadores e prefeitos da Rodada de Integração Produtiva do Foro Consultivo de Municípios, Estados Federados, Províncias e Departamentos do Mercosul. Segundo a Secretaria de Imprensa da Presidência, durante o encontro foram assinados acordos de cooperação e recomendações ao Mercosul, além de tratar de temas como a integração produtiva agrícola e turística do Bloco. Os resultados do encontro serão levados à Cúpula de Chefes de Estados do Mercosul, em dezembro, em Salvador (BA).