O presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou a crise financeira mundial pelo desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre. Afirmou, no entanto, que o resultado ficou acima do previsto, passando ao largo do que chamou de "catástrofe".
"Eu fiquei triste porque a gente vinha num crescimento tão extraordinário de 5, 6 por cento. Estava numa situação tão boa que de repente vem uma crise causada pelos países ricos e nos traz os transtornos que essa nos trouxe", disse Lula nesta terça-feira em discurso durante o lançamento do PAC Drenagem.
A economia brasileira contraiu-se menos que o esperado entre janeiro e março, mas confirmou um quadro de recessão técnica com dois trimestres consecutivos de queda.
Em relação ao trimestre imediatamente anterior, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,8 por cento. Sobre o primeiro trimestre de 2008, o recuo foi de 1,8 por cento. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira.
"Mas ao mesmo tempo que achei que era uma coisa ruim. O dado concreto é que o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu menos do que eu queria, ele decaiu mais do que eu queria, mas caiu menos do que o pronunciado nos últimos três meses. Todo mundo dizia que ia ser uma catástrofe, era 4, era 5 por cento (de queda). Não foi", completou.
Lula manteve o otimismo que o caracteriza desde o início da crise, em setembro, ao reafirmar que o Brasil sairá da turbulência mais rápido que outros países.
"Eu continuo acreditando, pelos números, que nós fomos o último país a entrar na crise e vamos ser o primeiro a sair da crise e certamente vamos sair mais fortalecidos. Os investimentos que o governo está fazendo são um instrumento de combate à crise", declarou.
Lula explicou que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) não compareceu à cerimônia porque estava descansando em casa.