O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defenderá durante a cúpula do G20 neste fim de semana o incentivo ao crescimento da economia global como forma de combater os efeitos da crise financeira internacional.
Segundo disse o porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, nesta quinta-feira, Lula acredita que a retomada do crescimento é o melhor remédio contra o desequilíbrio de contas públicas, tema que está no cerne do atual momento econômico.
O presidente também voltará a advogar uma reforma das instituições financeiras globais que dê mais poderes aos países emergentes e mais capacidade a esses organismos para combater crises.
"O Brasil acha que não é o momento de se dar importância excessiva à criação de superávits, mas sim de privilegiar o crescimento econômico", disse o porta-voz a jornalistas.
A ser realizada em Toronto, no Canadá, no domingo, essa será a quarta cúpula do G20 (reunião das 20 maiores economias do mundo) desde o início da crise financeira global. Baumbach lembrou que os dois primeiros encontros das principais economias desenvolvidas e em desenvolvimento focaram a superação da crise. No último, as discussões se concentraram em medidas voltadas à reconstrução do sistema financeiro internacional.
O Brasil, disse Baumbach, espera que conste da declaração final do G20 a adoção de novas iniciativas, e não só um balanço das medidas já anunciadas.
O governo brasileiro, disse, confere especial importância aos compromissos relativos à retomada do crescimento da economia mundial, à reforma de poder de voto no Fundo Monetário Internacional, ao reforço das regras internacionais da regulação e supervisão do sistema financeiro e à conclusão da Rodada Doha de negociações comerciais na Organização Mundial do Comércio.
"O presidente defenderá em Toronto a necessidade que os líderes mundiais demonstrem vontade política de intervir diretamente para levar à conclusão a Rodada Doha com o pacote que está sobre a mesa desde 2008."
No sábado, Lula deve ter encontros bilaterais com autoridades de outros países do G20. Apesar de a agenda ainda não ter sido fechada, há a possibilidade de o presidente se reunir com líderes do Canadá, França, Austrália, Reino Unido, Índia, África do Sul, Indonésia, Alemanha e o secretário-geral das Nações Unidas.