O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo neste sábado a Bolívia para que o acordo de fornecimento de gás ao Brasil seja respeitado.
Em visita cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio, ele afirmou que ouviu os pronunciamentos do presidente boliviano Evo Morales dizendo que não vai permitir que o patrimônio público seja danificado pelos manifestantes das províncias oposicionistas.
O presidente lembrou também que o Brasil não pode interferir em assuntos internos da Bolívia e tudo o que pode fazer é pedir para que as partes envolvidas entrem num entendimento.
Sem confirmar sua presença em encontro marcado para ocorrer na próxima segunda-feira (15), com a participação dos presidentes dos países que integram a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), para discutir a situação na Bolívia, Lula disse que o encontro só deve ser realizado se este for o desejo do presidente boliviano.
Ele ainda comentou as ameaças de fechamento da fronteira Brasil-Bolívia: "se a fronteira ficar fechada, quem perde é o país mais pobre. Não é o Brasil. Não queremos fechar a fronteira nem um minuto. Mas, se eles, ou seja, os bolivianos que estão participando do movimento, o fizerem, eles têm que saber que isso é prejudicial a eles."
O presidente disse, em uma entrevista coletiva depois de participar da inauguração do Centro Federal de Educação Profissional e Tecnológica (Cefet), que deseja que a Bolívia se desenvolva, tenha sua democracia consolidada e viva tranquilamente.
Oposição tem direito de fazer oposição. Mas tudo tem limite. Porque se extrapolar os limites, todo mundo perde. E acho que, na Bolívia, não tem que todo mundo perder, tem que todo mundo ganhar. Porque a Bolívia precisa disso, finalizou.
- Governo boliviano oferece diálogo com oposição após conflitos
- Bachelet confirma reunião sobre Bolívia na segunda
- Presidentes sul-americanos vão discutir crise e reiterar apoio a Evo Morales
- Comandante da Forças Armadas da Bolívia diz que não vai tolerar mais ataques
- Bolívia decreta estado de sítio em zona de conflito