Depois de duas tentativas fracassadas, em 2014 e 2015, a rede de restaurantes Madero pretende finalmente fechar a venda de parte da empresa. A intenção do fundador, Junior Durski, é se desfazer de até 20% do negócio e levantar capital para saldar a dívida que a companhia tem com a gestora HSI e concretizar o plano de expansão da rede.
Com previsão de fechar o ano com um faturamento de R$ 350 milhões e 85 unidades em operação, o Madero foi a 14.ª empresa que mais cresceu no país entre 2013 e 2015, a uma taxa média de 55% ao ano, segundo ranking da Deloitte. Para manter o ritmo de crescimento, a rede precisará de R$ 120 milhões em 2017. Do total, 17% serão destinados à ampliação da fábrica, instalada em Ponta Grossa (PR), e o restante, à abertura de 40 unidades –cinco delas no exterior. Apesar de hoje ter 15 franquias, a ideia é que as novas lojas sejam próprias.
Em 2014, Durski planejava vender uma participação de 33% do negócio ao 2bCapital, fundo criado pelo Bradesco em parceria com o Banco Espírito Santo. O acordo naufragou com o colapso do banco português, um dos pivôs do escândalo da operadora Oi, que depois viria a ser salvo pelo governo daquele país. Em 2015, conversas com o fundo de investimentos Actis não avançaram, e o empresário optou por emitir debêntures de R$ 88 milhões – compradas pela paulistana HSI.
Marca
Especialistas da área afirmam que o modelo do Madero é sólido. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci Júnior, a marca conseguiu o respeito do mercado por oferecer produto e serviço de qualidade. A empresa também abriu um segmento novo, já que não existe outra rede premium no país especializada em hambúrgueres. “O Madero chegou na hora certa, no local certo e com o produto certo.”
Hoje, o Madero tem uma unidade em Miami. Outras cinco deverão ser abertas na Flórida em 2017. Durski admite ainda estar aprendendo a operar fora do país, mas quer ampliar os negócios nos EUA para que seja possível trabalhar lá apenas com produtos fabricados no Paraná, como já faz no Brasil – a empresa produz em sua fábrica desde os hambúrgueres até os bolos do petit gâteau. “Precisamos ter volume para compensar o envio das mercadorias”, diz.
Para Caio Gouvêa, consultor em food service que destaca o design das lojas da rede como um dos fatores de sucesso, o momento é bom para a transação. O atual patamar do dólar torna o Brasil mais barato para investidores estrangeiros, o que poderia tornar a companhia um alvo de fundos internacionais.
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