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Tesoura no Spread

Mantega: crédito cresce a taxas inferiores ao desejado

Ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o crédito cresce a taxas inferiores ao desejado para sustentar o crescimento da economia. | Ueslei Marcelino/Reuters
Ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o crédito cresce a taxas inferiores ao desejado para sustentar o crescimento da economia. (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (4) que o crédito cresce a taxas inferiores ao desejado para sustentar o crescimento da economia.

"O crédito não está crescendo a contento", disse o ministro, acrescentando que a solução é aumentar o volume, baixar os juros e os spreads para o consumidor. "Mas os bancos são um pouco resistentes", acrescentou.

Ele sustentou que, apesar da queda no juros, o custo financeiro do Brasil ainda é muito grande e incompatível com a atual situação da economia. "O custo financeiro é um dos maiores do mundo. É uma má notícia porque somos campeões de algo que é negativo, mas a boa notícia é que temos uma grande margem para reduzir esse custo", afirmou o ministro em seminário em São Paulo.

Guido Mantega ainda voltou a afirmar que o spread bancário no Brasil é muito alto e que precisa ser corrigido, sendo que a Selic em queda também ajudará na redução dos spreads.

O volume total de crédito disponibilizado pelo sistema financeiro cresceu 1,7% em março, atingindo R$ 2,07 trilhões. Nos últimos 12 meses, de acordo com o Banco Central, a expansão está em 18%.

Esse percentual é considerado alto pela autoridade monetária que espera que, depois de um crescimento de 19% em 2011, o crédito tenha uma moderação expandindo-se a 15%.

Queda de juros

Mantega afirmou ainda que uma taxa de juros real de 2% é um sonho que todos os brasileiros deveriam ter e defendeu as alterações na poupança anunciadas pelo governo na quinta-feira (3).

O governo encaminhou medida provisória ao Congresso alterando os ganhos da poupança para abrir caminho para o BC reduzir ainda mais a taxa básica de juros, atualmente em 9% ao ano.

A proposta é que toda vez que a Selic ficar igual ou abaixo de 8,5%, a remuneração da poupança passará a ser de 70% da Selic mais Taxa Referencial (TR). Quando a Selic for maior do que 8,5%, as regras atuais ficam mantidas --remuneração de 0,50% ao mês mais a TR.

Segundo Mantega, o pequeno poupador deve continuar na poupança, que é a melhor aplicação para esse público. "Estamos num processo salutar de redução de juros no Brasil", afirmou.

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