O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo reduzirá a previsão de crescimento da economia para este ano. Em entrevista ao site G1, Mantega admitiu que a equipe econômica trabalhará com um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) de 2,5%. A última projeção oficial era de 3%. As previsões para 2014 também foram revisadas para baixo.
"O governo vai trabalhar no orçamento de 2014 e no relatório que vamos ter no mês que vem com a revisão do PIB para 2013. A revisão será para 2,5%", disse o ministro. Com relação a 2014, a projeção passou de 4,5% para 4%, informou Mantega.
Alta do dólar é passageira
O ministro também comentou o comportamento do dólar, cujas sucessivas altas motivaram o Banco Central a anunciar, nesta quinta-feira (22), um programa de US$ 100 bilhões em leilões de swap cambial diários até o fim do ano. Para Mantega, a alta da moeda americana é fruto de um "movimento transitório". Ele destacou ainda que o dólar alto não é favorável, na visão do governo, e voltou a afirma que ninguém sabe para onde o câmbio vai.
"Essa excessiva (alta) é passageira. Para onde vai, nós não sabemos. Mas acho que depois da turbulência do Fed, ela volta para patamares menores. É um movimento dos títulos americanos e das ações do Banco Central americano. E elas vão refluir em algum momento. O importante é que nosso câmbio é flutuante, e que flutua em todas as direções" - afirmou o ministro.
Reajuste nos preços não é automático
Mantega também comentou sobre a possibilidade de aumento do preço nos combustíveis. Nesta quinta-feira, reportagem do GLOBO revelou que o governo deve reajustar os preços ainda este ano e que a Petrobras estudava, internamente, uma alta de até 6% nas refinarias. A alta da cotação da divisa americana é um dos fatores que contribuem para que a defasagem entre os preços internos e internacionais seja de 30%, segundo técnicos. Posteriormente, o governo negou que o assunto tenha sido debatido.
Para o ministro, no entanto, não há a necessidade de um aumento automático. Ele disse ainda que transferência de "turbulência passageira" poderia "endoidar" os preços. "Não é automático, mesmo porque não sabemos quando vai voltar (a taxa de dólar a patamares mais baixos), se vai ficar, não vai ficar. Tudo isto é uma incógnita. Tem que esperar para ver. Não é questão de ser evitável ou não. Todo ano a Petrobras reajusta o preço da gasolina e do diesel, isto é normal. Não há número fixo de reajuste [no ano]. Pode ser 1, 2, 3. Há uma tendência de convergir com o preço internacional. O que não pode passar para o preço é uma turbulência passageira porque senão os preços estariam endoidados", disse o ministro.