O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que há um desafio de se reduzir a taxa de juros, ou seja, o custo financeiro no mercado. Segundo ele, na crise, os spreads subiram muito, o que fez com que houvesse diminuição na atividade econômica. Na avaliação do ministro, a operação de compra de parte do Banco Votorantim pelo Banco do Brasil é um passo importante no fortalecimento do banco federal e que vai ajudar no processo de redução dos custos financeiros.
De acordo com o ministro, as duas instituições já estavam conversando "há algum tempo" e a aquisição será importante para diversificar a atuação do BB, em especial na área de bens de consumo duráveis, com destaque para o financiamento de automóveis, em que o Votorantim é sócio.
O ministro refutou a análise de que a operação seria uma tentativa de salvar uma instituição com dificuldades financeiras e ressaltou que o Votorantim é um banco sólido, com carteira de "primeira qualidade". O ministro afirmou que não é objetivo do governo que o Banco do Brasil seja a maior instituição do País, mas sim que o banco federal seja um dos mais fortes, estimulando a competição no sistema financeiro nacional.
Apesar de defender maior competição no mercado, Mantega afirmou que o BB sempre atua e atuará com taxas de mercado, pois é uma instituição de capital aberto. "Mas eu estimulo o BB e todos os bancos a trabalharem com taxas cada vez menores porque, senão, o País não vai crescer", afirmou o ministro, destacando que o BB está reduzindo juros e foi uma das poucas instituições que em no momento mais agudo da crise, em que a maioria dos bancos elevou a taxa de juros a níveis "inomináveis", o BB foi a instituição que não fez esse movimento.