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Considerado um termômetro dos investimentos em construção e infraestrutura no país, o setor de máquinas e equipamentos tem um ano desafiador pela frente. Somados, o período pós-eleitoral, os escândalos da Operação Lava Jato– que envolve grandes empreiteiras – e a crise de confiança dos empresários em consequência da estagnação da economia brasileira paralisaram grandes investimentos e colocaram as empresas do setor em compasso de espera. Após o recuo das vendas em 2014, a expectativa é de estabilidade em 2015 e retomada do crescimento a partir de 2016. Em Curitiba para conversar com clientes sobre os lançamentos New Holland Construction no Brasil, Nicola D’Arpino, vice-presidente da marca para a América Latina, falou à Gazeta do Povo sobre as perspectivas do setor neste ano. Apesar do momento incerto, ele garante que empresa seguirá investindo no Brasil.

Qual é o cenário para o setor de máquinas e equipamentos em 2015?

De 2006 para 2013 passamos de cerca de 7 mil unidades para 30 mil equipamentos vendidos. Historicamente, os anos pós-eleições são de ajustes, com um primeiro semestre naturalmente mais fraco. Apesar desta peculiaridade, o setor espera vender neste ano 21 mil equipamentos contra 25 mil equipamentos vendidos em 2014. Obviamente existe uma retração no mercado, motivada pela incerteza em relação ao cenário econômico. Não há dúvida de que este é um momento desafiador. Porém, falando especificamente da New Holland Construction, nossos planos são sempre de longo prazo.

Queremos manter o mesmo resultado do ano passado, quando tivemos crescimento de 1,3% de market share no mercado.

Nicola D’Arpino, vice-presidente da New Holland para a América Latina.

Qual a previsão de crescimento da empresa para este ano?

Excluindo os volumes adquiridos pelo governo federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), esperamos uma estabilidade dos números em relação a 2014. Queremos manter o mesmo resultado do ano passado, quando tivemos crescimento de 1,3% de market share no mercado.

E a expectativa de vendas?

Estamos prevendo vender entre 2,5 mil e 2,8 mil máquinas neste ano. Os três primeiros meses do ano começam sempre em baixa. Geralmente, o pico de negócios ocorre de junho a setembro.

Que setor deve puxar os investimentos neste ano?

Dois setores ligados à energia: a área de construção de linhas de transmissão, que ligam grandes hidrelétricas aos centros de distribuição, e o setor de biomassa. Além disso, temos em junho uma grande feira do setor de construção da América Latina, a M&T Expo 2015, que acontece em São Paulo e promete gerar um bom volume de negócios.

A promessa de ajuste fiscal vai prejudicar os investimentos do governo no setor de máquinas e equipamentos?

Há muita incerteza. Nos últimos três anos o investimento do governo por meio do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) para a questão de mecanização impulsionou o setor. Entre 25% e 30% do faturamento do setor vêm de negócios fechados com o governo. Diante do momento econômico e da promessa de ajuste fiscal, é uma incógnita saber se esses investimentos vão ou não continuar.

O financiamento de até 40% do equipamento para o cliente, por meio do banco CNH Industrial, é uma estratégia para incentivar investimentos?

A necessidade de equipamento existe. O financiamento via banco CNH começou em meados de fevereiro deste ano e os processos ainda estão na fase de análise e aprovação, que demora mais ou menos 60 dias. A grande vantagem é que o cliente paga em 12 vezes a entrada e tem carência de 15 meses para começar a pagar o financiamento. É uma forma de tentar melhorar o caixa do nosso cliente.

A empresa tem novos lançamentos. Apesar do cenário, a empresa vai manter os investimentos?

São três novos lançamentos no 1.º trimestre. Do ponto de vista dos equipamentos, os nossos planos de investimento vão de cinco a 10 anos. Apesar do momento desafiador, acreditamos no desenvolvimento do Brasil.

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