Cerca de cinco mil médicos peritos da Previdência Social vão realizar uma paralisação para pressionar o governo a negociar com a categoria, a partir de quarta-feira (17), em todo o Brasil. Os trabalhadores se reuniram em Brasília, nesta terça-feira (9), em frente ao Sindicato dos Médicos e decidiram que inicialmente não vão fazer greve por tempo indeterminado, apenas paralisações temporárias. Os atos devem acontecer isoladamente todas as quartas-feiras até que ambas as partes cheguem a um acordo.
A Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência (ANMP) diz que a reivindicação da categoria é pela revisão da Medida Provisória 441, editada na semana anterior que, segundo a ANMP, não foi negociada com a categoria. O presidente da ANMP, Luiz Carlos de Teive e Argolo, afirma que o movimento pode virar greve, caso o governo não retome o acordo fechado ou não modifique a MP.
Entre os pontos que os médicos não concordam está o novo nome da carreira, que fez com que os peritos perdessem as conquistas da última revisão do plano de reestruturação da carreira. A categoria está descontente também em relação aos descontos de salários que os profissionais recebem quando a perícia atrasa mais de cinco dias.
Para o delegado da gerência de Curitiba da ANMP, Chil Zunsztern, os médicos peritos não possuem as mesmas condições que os peritos de outros órgãos públicos. "Nossa carreira está sendo desprezada. Havíamos combinado vários acertos com o governo federal e eles não foram cumpridos. Umas das reivindicações seria uma equiparação com os peritos da Polícia Federal", diz.
O Paraná possui cerca de 200 peritos da Previdência que são responsáveis por avaliar casos de aposentadoria por invalidez para a concessão de benefícios como auxílio-doença, auxílio-acidente e licença maternidade. Por dia são feitas em média 1.200 perícias contando Curitiba, região metropolitana e Paranaguá. No Brasil são realizadas cerca de 34 mil. "Faltam profissionais para atender, pois a demanda é bastante grande. Nós gostaríamos que todos que precisam passar pela perícia conseguissem em no máximo 48 horas, mas isso nem sempre é possível porque faltam profissionais", comenta Zunsztern.