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Medo de recessão aperta e Bovespa volta a cair

O pessimismo global voltou a imperar nas bolsas nesta sexta-feira (19), atropelando a tentativa de recuperação da Bovespa, em meio a quedas mais pronunciadas das ações de maior liquidez.

Depois de ter operado a maior parte da sessão no azul, o Ibovespa foi perdendo força até fechar em baixa de 1,29%, aos 52.447 pontos. O índice teve queda acumulada de 1,92% na semana. O giro financeiro desta sessão somou 5,9 bilhões de reais.

Com a agenda econômica do dia esvaziada, os investidores seguiram vendendo ações, pautados por dados desanimadores de atividade nos Estados Unidos e Europa nesta semana, além do renovado medo de um repique da crise na zona do euro.

A exemplo das bolsas estrangeiras, onde o setor financeiro foi o principal responsável pelas perdas, aqui as ações de bancos também pesaram no Ibovespa. Em destaque, Itaú Unibanco tombou 3,72 %, a 26,65 reais.

Embora com exposição residual a títulos norte-americanos e europeus, os bancos domésticos refletiram o temor do mercado com os crescentes custos de financiamentos às instituições devido à crise soberana na Europa.

O FTSEurofirst 300, mais importante índice acionário europeu, emendou a quarta semana seguida no vermelho. Em Wall Street, os índices tiveram nesta sexta-feira perdas em torno de 1,5 %.O desempenho persistentemente fraco das commodities, com investidores colocando nos preços a chance de o mundo voltar à recessão, também seguiu pessionando papéis de blue chips nacionais.

O papel preferencial da Petrobras perdeu 2,96 %, a 19,70 reais, enquanto a ação equivalente da Vale caiu 2,58 %, a 37,31 reais. O barril de petróleo para setembro negociado em Nova York terminou em baixa de 0,15 %, a 82,26 dólares.

Na semana que vem, além de uma bateria de importantes indicadores econômicos de EUA, como revisão do PIB do segundo trimestre e os pedidos de bens duráveis em julho, a agenda reerva um importante discurso do chairman do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, que terá a presença do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet.

"Para se ter uma ideia da importância do encontro, foi neste mesmo evento no ano passado que Bernanie sinalizou que não esperava mais ajudas fiscais do governo americano e que a economia mundial poderia passar por dificuldades", observou José Francisco de Lima Gonçalves, economista do banco Fator.

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